Em sua primeira entrevista após escândalo, Dirceu diz que não sai do governo

Arquivado em: Arquivo CDB
Publicado sábado, 6 de março de 2004 as 11:48, por: CdB

Em sua primeira entrevista depois que o escândalo envolvendo o ex-assessor do Planalto, Waldomiro Diniz, veio à tona, o ministro-chefe da Casa Civil, José Dirceu, afirmou que cometeu um erro ao acreditar apenas nas declarações de seu ex-funcionário, mas ressaltou que isso não justifica ou vai determinar a sua saída do governo. Dirceu acusou ainda “setores da oposição” de tentar desestabilizar o governo do PT.

– Eu não vou sair do governo. Eu não tenho nenhuma relação com esse caso, não tenho nenhuma dúvida com relação a isso. Não partici-pei, não apoiei, não tinha co-nhecimento. Não devo sair. Devo continuar fazendo meu trabalho. Tenho a confiança do presidente, do meu partido e dos partidos que apóiam o governo. Tenho certeza de que a sociedade, com as investigações da Polícia Federal e do Ministério Público, chegará a essa conclusão – afirmou o ministro, segundo reportagem da re-vista “Veja” que chegou neste sábado às bancas.

Dirceu disse que cometeu um erro, mas não “um ato ilícito”. Depois de afirmar que nunca mais teve contato com o ex-assessor – “nem através de intermediários” – e que não tinha conhecimento do inquérito envolvendo Waldomiro a irregularidades na loteria do Rio, o ministro-chefe da Casa Civil acrescentou que Waldomiro foi investigado antes de ser nomeado, e que nada constava contra ele.

– Ele foi (investigado), mas nada constava contra ele. Porém, quem pode dar essa informação é o Gabinete de Segurança Institucional, que fez as investigações.

Dirceu disse que o discurso do senador Almeida Lima na semana passada foi uma “falta de responsabilidade”. O senador prometera trazer a público documentos que incriminariam o ministro da Casa Civil no escândalo Waldomiro, mas nada de novo foi revelado.

– Então, a CPI não é para investigar, é para me tirar da Casa Civil… É para imobilizar o governo. O que é isso? A que nível de irresponsabilidade vamos chegar? O que se pretende com isso? Temo que alguns setores da oposição estejam namorando com o perigo, com teses de desestabilização. Alguns movimentos indicam isso.