Agente Thiago Gomes Quinalia foi apontado pela PF como um dos integrantes de esquema montado no período em que Bolsonaro estava na Presidência.
Por Redação, com CartaCapital – de Brasília
Um servidor de carreira da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) investigado no esquema chamado de “Abin paralela” foi exonerado do cargo por abandono de emprego. A demissão de Thiago Gomes Quinalia foi confirmada pelo governo federal via Diário Oficial da União (DOU) nesta sexta-feira.

Em julho deste ano, o site Poder360 noticiou que Quinalia era considerado foragido. Antes de ser formalmente apontado como investigado pela Polícia Federal (PF), ele tinha sido nomeado para trabalhar em escritório da agência na França. Por conta do suposto envolvimento, foi retirado do cargo e teria de retornar ao Brasil, mas nunca apareceu.
Contratado como Agente de Inteligência, Quinalia era integrante de um dos quatro “núcleos” montados pelo bolsonarismo dentro da Abin para espionar adversários, segundo a PF. Entre os alvos estavam jornalistas, advogados, parlamentares e ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).
As investigações apontaram que o agente agora demitido era integrante do chamado “Núcleo Portaria 157”, junto a quatro outros servidores. Eles atuavam, segundo as investigações, realizando diligências em busca de vincular parlamentares e ministros do Supremo a facções criminosas.
Servidor demitido ganha cargo no governo Tarcísio
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), nomeou na quinta-feira Adler Anaximandro Alves para a presidência do conselho administrativo da São Paulo Previdência (SPPrev). Ele foi exonerado pelo presidente Lula (PT) do cargo de coordenador na Diretoria de Gestão e Cálculo da Advocacia-Geral da União após a revelação de sua participação em uma reunião golpista promovida pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
O encontro, ocorrido no Palácio do Planalto em 5 de julho de 2022, contou com a alta cúpula do governo e, segundo investigação da Polícia Federal (PF), tratou de arranjos para um suposto plano golpista. Na época em que o vídeo da reunião foi revelado pela PF, em fevereiro de 2024, o servidor permanecia na AGU, em uma nomeação feita pelo Advogado-geral da União de Lula, Jorge Messias.
Adler é procurador Federal desde 2003 e foi subprocurador-geral Federal, procurador-geral do INSS, secretário especial adjunto de Previdência e Trabalho do Ministério da Economia.
Em nota, o governo Tarcísio afirmou que Adler é Procurador Federal de carreira da Advocacia Geral da União e cumpre todos os requisitos técnicos para a nomeação como Presidente do Conselho de Administração da SPPrev.
Até 2023, era coordenador da Diretoria de Gestão e Cálculo da Procuradoria-Geral Federal. “No procedimento instaurado pela AGU, foi esclarecido que o servidor estava na reunião em razão de ser sido convocado oficialmente. O expediente da AGU já foi arquivado”, diz a nota.