Rio de Janeiro, 08 de Dezembro de 2025

Toffoli, relator do caso Master, viaja com advogado de investigado

Ministro Dias Toffoli viaja de jatinho com advogado de investigado do caso Master. Ele afirma que o assunto foi apenas futebol.

Segunda, 08 de Dezembro de 2025 às 16:16, por: CdB

A interlocutores, ministro disse que não falou de processos e que o assunto durante a agenda pessoal foi apenas futebol.

Por Redação, com agências de notícias – de Brasília

Relator da investigação sobre as fraudes financeiras do Banco Master, o ministro Dias Toffoli, do STF (Supremo Tribunal Federal), viajou em um jatinho particular com um dos advogados do caso para assistir a final da Taça Libertadores da América, em Lima no Peru. O caso repercutiu no Congresso, nesta segunda-feira.

Toffoli, relator do caso Master, viaja com advogado de investigado | Ministro Dias Toffoli
Ministro Dias Toffoli

Palmeirense, o ministro foi a Lima, capital do Peru, na manhã do dia 28 de novembro, para assistir “in loco” à final da Taça Libertadores da América. O time jogou contra o Flamengo e perdeu o título. A volta ocorreu no dia 30 de novembro.

O jatinho é do empresário Luiz Osvaldo Pastore. Além de Toffoli, estava no avião o advogado Augusto Arruda Botelho, que defende o do diretor de compliance do Master, Luiz Antonio Bull, também investigado pela PF (Polícia Federal).

A viagem foi revelada pelo diário conservador carioca O Globo e confirmada pela CNN. Dois dias depois do retorno para Brasília, Toffoli impôs um severo regime de sigilo à investigação, que mira principalmente o presidente do Master, Daniel Vorcaro.

Toffoli afirmou a interlocutores que é amigo de Pastore há anos e que não tem relação de proximidade com Botelho. Além disso, o pedido de Vorcaro ainda não havia efetivamente chegado ao gabinete do ministro quando a viagem ocorreu.

A essas pessoas próximas, disse que não falou de trabalho com nenhum dos passageiros a bordo: o futebol foi o assunto predominante, diante das expectativas e tensões para a final do campeonato.

De acordo com essas fontes, o ministro não deu qualquer sinalização de que, devido à viagem com Botelho, vá se considerar suspeito ou impedido de continuar à frente do caso Master no STF.

Toffoli não comentou o episódio

Procurado por meio da assessoria do Supremo, Toffoli não comentou o episódio. Botelho também não se manifestou. Além dos dois, estavam no voo o filho de Botelho, o ex-deputado e ex-ministro Aldo Rebelo e outros 11 passageiros.

Assim como Vorcaro, Bull foi solto por decisão do TRF-1 (Tribunal Regional Federal da 1ª Região). Ambos estão usando tornozeleira eletrônica como medida cautelar alternativa à prisão preventiva.

No último dia 3, Toffoli decidiu que as investigações sobre o banco Master devem ser supervisionadas pelo STF, e não pela Justiça de primeiro grau. Isso porque há citação ao deputado federal João Carlos Bacelar (PL-BA), que tem foro especial.

Um dos documentos apreendidos pela PF é um contrato imobiliário que menciona Bacelar. Em nota, o parlamentar diz que participou de um fundo para a construção de um condomínio e que Vorcaro havia manifestado interesse, mas a transação não foi adiante.

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