Um dos ministros do STF comentou com interlocutores que os discursos do palanque revelaram um “tom desesperado”.
11h32 – de Brasília
Ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) interpretaram a convocação de um protesto na Avenida Paulista, na véspera, com um sinal de“desespero” e “cansaço” do ex-mandatário neofascista Jair Bolsonaro (PL). A manifestação, esvaziada e sem qualquer repercussão na mídia conservadora, indica desgaste político do ex-presidente e de sua base, em meio ao avanço das investigações sobre o golpe de Estado fracassado em 8 de Janeiro.

O ato público, na capital paulista, acontece apenas alguns dias depois de o ministro Alexandre de Moraes ter determinado o prazo final para que Bolsonaro e outros integrantes do chamado “núcleo crucial” da trama golpista apresentem suas alegações finais. A previsão é de que o caso vá a julgamento em setembro.
Um dos ministros do STF comentou com interlocutores que os discursos do palanque revelaram um “tom desesperado”, enquanto outro avaliou que os bolsonaristas estão dando sinais de “cansaço” diante da repetição das pautas, como a defesa da anistia aos condenados pelos ataques de 8 de janeiro de 2023.
Perseguição
No palanque, Bolsonaro afirmou ser alvo de perseguição e disse que pode ser vítima de uma “covardia”, referindo-se a uma possível condenação pelo STF. Também pediu aos apoiadores que elejam “50% dos parlamentares da Câmara dos Deputados e do Senado”, alegando que, com isso, “nem preciso ser presidente”.
Um dos seguidores mais extremados de Bolsonaro, o pastor Silas Malafaia voltou a atacar duramente o ministro Alexandre de Moraes, chamando-o de “ditador” e incentivando os manifestantes a entoarem o coro de “assassino” contra o magistrado.