Bolsonaro passou à condição de réu, na Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), que deverá julgá-lo ao longo deste ano. Segundo denúncia da Polícia Federal (PF) apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR), o extremista encabeçou o golpe de Estado fracassado no 8 de Janeiro, entre crimes diversos.
Por Redação – de São Paulo
O ex-mandatário neofascista Jair Bolsonaro (PL) deveria parar na cadeia. É o que pensam 52% dos brasileiros, segundo pesquisa do Instituto Datafolha. Outros 42% acreditam que ele não deve ser preso e 7% não souberam responder. O mesmo número de eleitores, 52%, no entanto, acredita que Bolsonaro não passará um dia sequer numa cela, ante 41% que preveem tal desfecho para o caso. Também 7% preferiram não opinar.

Bolsonaro passou à condição de réu, na Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), que deverá julgá-lo ao longo deste ano. Segundo denúncia da Polícia Federal (PF) apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR), o extremista encabeçou o golpe de Estado fracassado no 8 de Janeiro, entre crimes diversos.
Anistia
O ex-presidente alega ser inocente e nega a existência de uma tentativa violenta de derrubada do sistema democrático e alterou sua versão inicial de que nada tinha a ver com os fatos para uma leitura de que apenas analisou cenários constitucionais para questionamento do processo eleitoral, sem levá-los adiante.
Diante do risco de ser preso, ele e seu partido têm promovido uma campanha de manifestações que dizem ser a favor da anistia para os condenados pelo STF. Afirmam, ainda, que a denúncia da PGR refere-se aos fatos ligados ao fracasso da trama golpista do fim de 2022, fracassada por falta de apoio da cúpula militar.
A visão sobre a necessidade de prender Bolsonaro, segundo a pesquisa, divide-se entre os diversos estratos socioeconômicos de forma semelhante às faixas de apoio e rejeição ao ex-presidente no eleitorado. Assim, na sua base no Norte/Centro-Oeste, há um empate técnico: 47% acham que ele deveria ser preso, ante 45% que dizem o contrário. Já no Sul, o empate já vem como sinal trocado, com 49% dizendo que Bolsonaro tem de ficar livre e 46% que o querem preso.
Sucessor
Segundo foi apurado, a religião está ligada ao perfil da resposta. Se entre os majoritários católicos 55% são a favor da prisão e 39%, contra, a avaliação se inverte entre os evangélicos associados ao bolsonarismo, com 54% contrários ante 38% favoráveis.
Bolsonaro, no entanto, permanece inelegível até 2030, algo já definido pela Justiça Eleitoral, o nome do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP) é um dos mais fortes para substituí-lo na disputa pela Presidência.
O Datafolha entrevistou 3.054 pessoas com mais de 16 anos em 172 cidades de 1º a 3 de abril. A margem de erro máxima é de dois pontos, para mais ou menos, para o total da amostra.