Bolsonaro eleva tensão junto ao STF às vésperas da posse de Mendonça
A corda foi mais uma vez esticada, no início deste mês, quando o ministro Alexandre de Moraes abriu inquérito para investigar declaração de Bolsonaro, que atribuiu de forma falsa relação entre a vacina da covid e o vírus do HIV.
Segunda, 13 de Dezembro de 2021 às 12:31, por: CdB
A corda foi mais uma vez esticada, no início deste mês, quando o ministro Alexandre de Moraes abriu inquérito para investigar declaração de Bolsonaro, que atribuiu de forma falsa relação entre a vacina da covid e o vírus do HIV.
Por Redação - de Brasília
A tensão entre o presidente Jair Bolsonaro (PL) e o Supremo Tribunal Federal (STF) aprofunda-se, às vésperas da posse de André Mendonça, o ministro "terrivelmente evangélico”. O extremista de direita volta a atacar a Corte que tem reagido contra as medidas negacionistas em relação à pandemia e a variante Ômicron, que chega ao país. Na semana passada, o ministro do STF Luis Roberto Barroso determinou que somente turistas estrangeiros vacinados poderão ingressar no país, mas as medidas ainda não foram colocadas em prática.
O advogado André Mendonça foi indicado ao STF pelo presidente Jair Bolsonaro
A corda foi mais uma vez esticada, no início deste mês, quando o ministro Alexandre de Moraes abriu inquérito para investigar declaração de Bolsonaro, que atribuiu de forma falsa relação entre a vacina da covid e o vírus do HIV. O mandatário neofascista também voltou a bater na independência do Judiciário ao afirmar que, caso seja reeleito, indicará mais dois ministros para o Supremo.
Voto impresso
“Vale lembrar. O vencedor das eleições de 2022 escolhe mais dois ministros para o Supremo Tribunal Federal. Bom Dia a todos!”, escreveu em uma rede social.
Em solenidade no Palácio do Planalto, semana passada, Bolsonaro comparou o passaporte da vacina com uma coleira e disse que preferia perder a vida do que a liberdade, frase repetida horas depois pelo ministro da Saúde, Marcelo Queiroga. Ato seguinte, ministro Barroso entrou na alça de mira da rede de apoiadores bolsonaristas, a mesma que o atacou à época da questão sobre o voto impresso.
Assim que o despacho do ministro veio a público, ele passou a ser criticado nas redes sociais por parlamentares da base do governo e páginas bolsonaristas. A expectativa agora é a de que ação de Barroso seja usada por Bolsonaro para seguir na linha dos últimos dias, quando de novo voltou a fazer críticas ao Supremo.
Sem teto
Ainda nesta manhã, em linha com as seguidas gafes internacionais do presidente, ele cancelou uma visita à cidade de Capitán Carmelo Peralta, no Paraguai, depois que o avião presidencial não conseguir pousar em Bonito (MS) por questões meteorológicas. Bolsonaro (PL) lançaria a pedra fundamental da ponte que ligará o município brasileiro de Porto Murtinho (MS) à cidade paraguaia.
Bolsonaro pousaria em Bonito e iria para a solenidade, de helicóptero. Para evitar o cancelamento, o governo chegou a avaliar a possibilidade de o presidente pousar em Campo Grande (MS) para terminar o trajeto em helicóptero, mas a hipótese acabou descartada. A cerimônia estava marcada para às 11h de Brasília. O presidente do Paraguai, Mario Abdo Benítez, já havia chegado para o evento e voltou, em seguida, à capital de seu país, visivelmente irritado.