Rio de Janeiro, 22 de Novembro de 2024

Barroso manda outro recado ao mandatário sobre os riscos de uma aventura golpista

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Quarta, 04 de Agosto de 2021 às 13:46, por: CdB

Bolsonaro tem esticado a corda no enfrentamento ao STF e agravou seus ataques ao ministro e disseminou notícias falsas, em defesa ao voto impresso. Na segunda-feira, o TSE aprovou a abertura de um inquérito e o envio de uma notícia-crime ao STF para que o presidente seja investigado.

Por Redação - de Brasília
Ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) e presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o ministro Luís Roberto Barroso avisou ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido), sem citá-lo, do risco que corre ao ameaçar a democracia brasileira. Barroso tocou no assunto durante palestra nesta quarta-feira a advogados, empresários e funcionários públicos, durante o webinário Reforma Política e Eleitoral, promovido pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE) do Estado do Rio de Janeiro.
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Presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Luís Roberto Barroso falou sobre as tentativas de golpe, em curso atualmente no país
Segundo o jurista, os ataques de Bolsonaro às urnas eletrônicas representam uma vertente do autoritarismo contemporâneo. — Uma das vertentes do autoritarismo contemporâneo é o discurso de que se eu perder houve fraude, que é a inaceitação do outro, de que alguém diferente de mim possa ganhar as eleições — disse Barroso.

Notícia-crime

Bolsonaro tem esticado a corda no enfrentamento ao STF e agravou seus ataques ao ministro e disseminou notícias falsas, em defesa ao voto impresso. Na segunda-feira, o TSE aprovou a abertura de um inquérito e o envio de uma notícia-crime ao STF para que o presidente seja investigado sobre as ameaças à democracia. Durante a palestra, nesta manhã, Barroso reafirmou que a alternância do poder é a grande característica da democracia. — A possibilidade de que quem perde hoje verá respeitada as regras do jogo para tentar ganhar amanhã — ressaltou. Barroso acrescentou, ainda, que os ministros do TSE e os presidentes dos TREs defendem o sistema eleitoral não por interesse pessoal, mas para proteger a democracia. Ele aponta que o voto impresso abre espaços para fraudes, representa riscos de quebra de sigilo em um país que convive com a compra de votos, é mais caro e gera danos ecológicos.
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