O TCU também requisitará a devolução de um fuzil e uma pistola que foram presenteados ao ex-chefe do Executivo pelos Emirados Árabes em 2019. Além disso, a Corte solicitará uma inspeção detalhada de todos os itens que Bolsonaro recebeu durante seus quatro anos de mandato como presidente.
Por Redação - de Brasília e Rio de Janeiro
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) terá o prazo de até cinco dias para entregar o segundo conjunto de joias recebido do regime da Arábia Saudita. O conjunto "doado" pela Arábia Saudita, que inclui um relógio, uma caneta e abotoaduras de ouro, encontra-se atualmente armazenado em uma localização privada de Bolsonaro, que foi aconselhado a permanecer fora do país por mais tempo.
O TCU também requisitará a devolução de um fuzil e uma pistola que foram presenteados ao ex-chefe do Executivo pelos Emirados Árabes em 2019. Além disso, a Corte solicitará uma inspeção detalhada de todos os itens que Bolsonaro recebeu durante seus quatro anos de mandato como presidente. Itens que não forem considerados presentes "personalíssimos" deverão ser incorporados ao patrimônio da União e não poderão ser mantidos por Bolsonaro.
O conselho para que o ex-mandatário passe longe dos aeroportos brasileiros partiu do próprio filho, o ’03’, como é conhecido o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP). Ele aconselhou o pai a adiar o retorno ao Brasil mediante uma série de viagens internacionais para manter contatos com “lideranças de direita”.
Joias sauditas
A ausência de Bolsonaro teria por objetivo despistar segmentos do Judiciário diante do escândalo das jóias sauditas avaliadas em R$ 16,5 milhões que o ex-mandatário teria tentado incorporar ao seu acervo pessoal e não ao patrimônio da União, conforme determina a Lei.
— O conselho que dou é que, neste primeiro momento, viaje o mundo estreitando as relações com outros políticos de direita. Essa troca de experiência é muito boa, enriquece a bagagem. Você vê, inclusive, a estratégia dos nossos opositores da esquerda para cada país — disse o ’03' à coluna da jornalista Bela Megale, no diário conservador carioca ‘O Globo’.
“Entre os partidos citados pelo deputado como os que Bolsonaro deveria se encontrar estão as siglas de extrema direita ‘Chega’, de Portugal, presidida pelo deputado André Ventura, e ‘Vox’, da Espanha, que tem Santiago Abascal no comando”, acrescenta a colunista
Na véspera, Bolsonaro disse que poderia deixar os Estados Unidos e retornar ao Brasil no dia 29 de março, após “estudar a situação”. Ele viajou para os Estados Unidos no dia 30 de dezembro, penúltimo dia de seu mandato à frente do Executivo Federal, sem fixar uma data para voltar ao Brasil.
Inelegível
O próprio ex-mandatário neofascista avaliou, durante encontro com empreendedores brasileiros em Orlando (FL-EUA), na noite passada, que poderá ficar inelegível até as eleições de 2026 e também comentou o cenário de uma eventual prisão, o que consideraria uma "arbitrariedade".
O assunto veio à tona ao abordar as consequências legais da reunião promovida com embaixadores em julho do ano passado: "Existe a possibilidade de inelegibilidade sim, mas a questão de prisão só se for arbitrariedade".
A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro também esteve presente na reunião, após sua chegada ao país, em seu primeiro encontro com o marido após o escândalo das joias sauditas. No entanto, Bolsonaro não foi questionado sobre o caso por seus seguidores.