Rio de Janeiro, 12 de Junho de 2025

Voto impresso significaria alto risco de fraudes, alerta o TSE em nota oficial

Atualmente uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) sobre o retorno do voto impresso é discutida no Congresso, mas o TSE já sinalizou que não haverá tempo para sua implementação em 2022, mesmo que aprovada na Câmara e no Senado.

Quarta, 16 de Junho de 2021 às 11:35, por: CdB

Atualmente uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) sobre o retorno do voto impresso é discutida no Congresso, mas o TSE já sinalizou que não haverá tempo para sua implementação em 2022, mesmo que aprovada na Câmara e no Senado.

Por Redação - de Brasília

Caso o Congresso e o Supremo Tribunal Federal (STF) aprovem o retorno do voto impresso, o transporte e a armazenagem de 150 milhões de comprovantes significaria um enorme risco de fraude na eleição brasileira. A Corte, em nota oficial, responde à reportagem do diário conservador paulistano Folha de S. Paulo (FSP)

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Barroso foi eleito para um mandato de dois anos à frente do TSE e estará à frente do Tribunal durante as eleições do ano que vem

A apuração mostrou que o Brasil, Bangladesh e Butão seriam os únicos países a adotar a votação por urna eletrônica sem registro em papel em larga escala em eleições nacionais. Levantamento da FSP mostra que a maioria dos países que usa urnas eletrônicas adota máquinas que imprimem um comprovante em papel (o voto impresso), enquanto o Brasil ainda utiliza os aparelhos puramente eletrônicos.

Proposta

Os EUA usam voto eletrônico sem registro impresso em menos de 5% das urnas e a Rússia, em 2018, em 9%. No Brasil, uma nova discussão sobre a implantação de um comprovante de voto impresso foi puxada pelo presidente Jair Bolsonaro, que alega possíveis fraudes nas urnas eletrônicas sem nunca ter apresentado provas ou indícios. Nunca houve evidências de fraudes nas urnas eletrônicas, em uso desde 1996.

Atualmente uma proposta de emenda à Constituição sobre isso é discutida no Congresso, mas o TSE já sinalizou que não haverá tempo para sua implementação em 2022, mesmo que aprovada na Câmara e no Senado.

Custódia

O TSE se opõe ao voto impresso principalmente por causa do histórico de fraudes no Brasil no período em que a votação era feita com cédulas de papel, contadas manualmente.

“A impressão de registro do voto após a votação na urna eletrônica iria reintroduzir a intervenção do homem nas fases mais críticas do processo e agregar os riscos inerentes à necessidade de transporte, armazenamento e custódia dos votos impressos, que nos assombraram antes da implantação da urna eletrônica”, disse o tribunal, em nota enviada à Folha.

“Nesse sistema, teríamos 150 milhões de votos em papel que, após a votação, ficariam armazenados em urnas plásticas, a serem transportadas, armazenadas em local seguro e vigiadas 24 horas por dia durante meses e, depois, contadas manualmente”, conclui.

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