Ato seguinte, Moraes autorizou o desbloqueio de 30% do salário do senador para “subsistência”. A Suprema Corte determinou, em agosto, que R$ 50 milhões em bens de Marcos do Val deveriam ser bloqueados por descumprimento de ordens judiciais.
Por Redação – de Brasília
A pantomima que o senador Marcos do Val (Podemos-ES) levou adiante, na noite passada, como forma de protesto por ter suas contas retidas por ordem do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), deu razoavelmente certo. Ele levou malas para o Plenário do Senado e ameaçou dormir por ali mesmo.
Ato seguinte, Moraes autorizou o desbloqueio de 30% do salário do senador para “subsistência”. A Suprema Corte determinou, em agosto, que R$ 50 milhões em bens de Marcos do Val deveriam ser bloqueados por descumprimento de ordens judiciais. Em sessão plenária ocorrida na véspera, o senador discursou e afirmou não ter condições sequer de se alimentar.
— Estou vindo aqui com minhas roupas e vou ter que morar no Senado. Não no meu gabinete, porque lá é um local de trabalho, eu vou achar algum corredor e vou morar aqui, vou deitar e vou dormir até quando perceber que isso foi um pesadelo, que isso não era real — disse Do Val.
Outra pauta
Ainda no Senado, a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), em reunião nesta manhã, decidiu adiar a votação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que visa conferir autonomia total ao Banco Central (BC). O presidente da CCJ, Davi Alcolumbre (União-AP), optou por postergar a análise da proposta para depois das eleições municipais. O assunto não é de interesse do governo.
A PEC que propõe transformar o BC de uma autarquia para uma empresa pública com autonomia orçamentária e financeira, foi relatada pelo senador Plínio Valério (PSDB-AM), que queria votar a proposta ainda nesta quarta-feira. Alcolumbre, porém, adiou a votação para permitir o debate mais aprofundado e um quórum maior.