Rio de Janeiro, 22 de Março de 2025

Recursos para as emendas superam orçamento de maioria dos ministérios

Emendas parlamentares ultrapassam o orçamento de 32 ministérios, com destaque para Transportes e Justiça. Entenda as implicações e mudanças nas regras.

Sexta, 21 de Março de 2025 às 20:24, por: CdB

Pastas como a dos Transportes, com previsão de R$ 29 bilhões; e da Justiça, com R$ 22 bilhões, receberão menos do que o montante total das emendas parlamentares.

Por Redação – de Brasília

A proposta do novo Orçamento, aprovada na véspera em Plenário do Congresso, destina R$ 50,4 bilhões para emendas parlamentares. O volume de recursos supera os recursos disponíveis em 32 dos 38 ministérios do governo, segundo números oficiais. 

Recursos para as emendas superam orçamento de maioria dos ministérios | O Congresso votou o Orçamento, mas somente depois de ver liberadas as emendas parlamentares
O Congresso votou o Orçamento, mas somente depois de ver liberadas as emendas parlamentares

As somas das despesas previstas para as pastas, com gastos obrigatórios como salários de servidores e investimentos são inferiores ao que os deputados e senadores, somados, destinarão às suas bases eleitorais. Seis ministérios apenas terão orçamento maior do que o total reservado às emendas. São eles a Previdência Social (que cobre os pagamentos do INSS); Desenvolvimento e Assistência Social (responsável pelo Bolsa Família); Saúde; Educação; Defesa e Trabalho.

Pastas como a dos Transportes, com previsão de R$ 29 bilhões; e da Justiça, com R$ 22 bilhões, receberão menos do que o montante total das emendas parlamentares — que têm parte impositiva, ou seja, de execução obrigatória por parte do Executivo, e parte vinculada a negociações políticas.

 

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Mudanças

Do total aprovado, R$ 11,5 bilhões serão direcionados para as chamadas emendas de comissão. Esse tipo de repasse é alvo de contestação no Supremo Tribunal Federal (STF), por sua baixa transparência e pela dificuldade de rastrear os reais responsáveis por sua autoria.

Ao longo da semana, o Congresso aprovou as regras que permitem justamente ocultar os nomes dos parlamentares autores de emendas coletivas, o que agravou a polêmica junto ao STF.

Em resposta, o ministro do Supremo Flávio Dino concedeu prazo de dez dias para que a Câmara, o Senado e a Advocacia-Geral da União (AGU) se manifestem sobre as mudanças nas regras.

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