Rio de Janeiro, 22 de Dezembro de 2025

Para Gonet, rompimento de tornozeleira não tem impacto após prisão

A PGR afirma que rompimento de tornozeleira não impacta prisão de Jair Bolsonaro, com condenação definitiva em andamento. Entenda os detalhes.

Segunda, 22 de Dezembro de 2025 às 13:01, por: CdB

Parecer enviado ao STF afirma que, com a condenação definitiva e o início do cumprimento da pena, eventuais violações de cautelares anteriores ficam superadas.

Por Redação, com CartaCapital – de Brasília

A Procuradoria-Geral da República avaliou que perdeu relevância jurídica a apuração sobre o rompimento – ou tentativa de rompimento – da tornozeleira eletrônica usada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) enquanto estava em prisão domiciliar. 

Para Gonet, rompimento de tornozeleira não tem impacto após prisão | Bolsonaro de tornozeleira eletrônica em Brasília. Antes de ser preso, o ex-capitão tentou romper o equipamento durante a madrugada
Bolsonaro de tornozeleira eletrônica em Brasília. Antes de ser preso, o ex-capitão tentou romper o equipamento durante a madrugada

O entendimento foi formalizado em parecer encaminhado ao Supremo Tribunal Federal no domingo 21, em resposta a questionamento do ministro Alexandre de Moraes sobre laudos da Polícia Federal que apontaram danos no equipamento.

Bolsonaro cumpre pena de 27 anos e três meses de prisão por tentativa de golpe de Estado e está detido desde 22 de novembro na Superintendência da Polícia Federal, em Brasília, após ter o regime convertido para fechado. A mudança ocorreu depois de a perícia identificar indícios de violação da tornozeleira por meio de calor concentrado, compatível com o uso de um ferro de solda, o que foi admitido pelo próprio ex-presidente.

O que diz a PGR

No parecer, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, sustenta que a alteração do status prisional modifica o eixo jurídico da análise. Para a PGR, o início do cumprimento da condenação definitiva “absorve” discussões relacionadas a medidas cautelares que vigoravam antes da sentença.

Em síntese, Gonet afirma que, quando a prisão passa a decorrer diretamente do acórdão condenatório, a finalidade deixa de ser cautelar e passa a ser a execução da pena. Nessa condição, segundo o parecer, eventuais descumprimentos de restrições anteriores não produzem efeitos práticos adicionais, já que a vigilância se fundamenta, agora, na condenação definitiva e na pena de prisão.

Perícia confirmada, debate superado

Embora considere a discussão juridicamente superada, a PGR registra que os laudos técnicos da Polícia Federal identificaram danos relevantes na tornozeleira, compatíveis com tentativa de violação do dispositivo. Ainda assim, o órgão entende que a constatação técnica não altera a situação atual do ex-presidente, já submetido ao regime fechado.

No mesmo processo, Moraes negou pedido da defesa para retorno à prisão domiciliar, citando justamente o histórico de descumprimento de cautelares. O ministro, contudo, autorizou a realização de cirurgia de hérnia, condicionada a agendamento e comunicação prévia à Justiça.

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