O aval de Jair Bolsonaro ao primogênito enfraqueceu a posição de Michelle dentro do partido e reposicionou Flávio como principal interlocutor do projeto político familiar.
Por Redação – de Brasília
A decisão do ex-mandatário neofascista Jair Bolsonaro (PL) de apoiar a pré-candidatura presidencial do chamado filho ’01, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), causou um estremecimento das forças internas do bolsonarismo e abriu uma disputa explícita pelo controle político do grupo para as eleições de 2026. O movimento altera o eixo de poder informal que vinha sendo ocupado por Michelle Bolsonaro e intensifica divergências entre os herdeiros políticos de Bolsonaro e a ex-primeira-dama.

O aval de Jair Bolsonaro ao primogênito enfraqueceu a posição de Michelle dentro do partido e reposicionou Flávio como principal interlocutor do projeto político familiar. Embora aliados reconheçam que o senador enfrenta resistências no chamado ‘Centrão’ e seja visto, agora, como um nome sem viabilidade eleitoral, sua entrada no jogo foi tratada como estratégica para destravar pautas de interesse dos bolsonaristas.
‘Preço’
Um dos pontos centrais do freio de arrumação na extrema direita foi o avanço do projeto da dosimetria que reduz penas de condenados pela trama golpista, incluindo o próprio Bolsonaro. A proposta foi aprovada na Câmara dois dias depois de ’01′ afirmar publicamente que haveria “um preço” para que ele recuasse da corrida presidencial.
No PL, há o reconhecimento de que o senador participou das articulações, embora a decisão de levar o texto ao Plenário seja atribuída ao presidente da Câmara, deputado Hugo Motta (Republicanos-PB).
Após o episódio, o senador ajustou o discurso e passou a afirmar, tanto em declarações públicas quanto em conversas reservadas, que não pretende abrir mão da pré-candidatura.