Ainda na entrevista, Rodrigo Maia também afirmou que a Operação Lava Jato é uma "operação política" e que cabe ao procurador-Geral da República, Augusto Aras, junto à Corregedoria e ao próprio Conselho Nacional do Ministério Público tomar decisões que, segundo ele, não foram tomadas no passado.
Por Redação - de Brasília
Presidente da Câmara, o deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), que tenta a reeleição para o cargo, disse no programa Roda Viva, da TV Cultura, que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) não cometeu qualquer dos crimes apontados nos mais de 50 pedidos de impeachment que se avolumam na Mesa Diretora.
Maia disse que não aceitaria ser pressionado para abrir um processo de impeachment contra Bolsonaro, que negocia uma base parlamentar capaz de mantê-lo no governo. Maia disse também, no programa, que as “pedaladas fiscais” da presidenta deposta Dilma Rousseff (PT) eram mais graves do que os crimes atribuídos ao atual presidente.
— Claro que sim. Tanto que eu votei pelo impeachment — afirmou.
E foi decisivo quanto a Bolsonaro, de quem depende para manter os votos de parcela do Plenário da Câmara, na eleição que se avizinha.
— Não há motivos para o impeachment. Por parte do presidente não vejo crime de responsabilidade. Não vejo motivações pro um processo de impeachment.
Lava Jato
Ainda na entrevista, Maia também afirmou que a Operação Lava Jato é uma "operação política" e que cabe ao procurador-Geral da República, Augusto Aras, junto à Corregedoria e ao próprio Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) tomar decisões que, segundo ele, não foram tomadas no passado.
— Os fatos mostraram que excessos ocorreram e cabe ao procurador-Geral, e aí defendo a posição do procurador-Geral, junto com a corregedoria e com o Conselho Nacional, tomar as decisões. Não cabe a outro poder interferir na Procuradoria, no Ministério Público. Mas cabem decisões contundentes por parte da corregedoria e do procurador-Geral. Acho que o Aras está indo no caminho correto, organizar o processo para que esses excessos não se repitam mais no nosso país — afirmou.
Sérgio Moro
Quanto ao projeto de quarentena para juizes, defendido por ele e pelo presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, Maia garantiu que não atingiria o ex-ministro Sérgio Moro.
— Seria legítimo (a candidatura de Moro). É um direito que ele tem, como qualquer um — diz ele.
O presidente da Câmara negou, ainda, que o projeto tenha como objetivo impedir eventual candidatura do ex-juiz.
— Claro que (o projeto de quarentena para juízes) não é para atingir o Moro. Os deputados, senadores ou o Supremo não encaminhariam uma tese de fazer uma lei para proibir uma pessoa de disputar uma eleição. Ficaria muito ruim para a democracia brasileira — concluiu.