A crítica, publicada nas redes sociais, destaca o teor do projeto que tramita na Câmara como um artifício para “livrar Bolsonaro da cadeia” e não para beneficiar supostas “senhorinhas da Bíblia”, como tentam justificar os defensores da proposta.
Por Redação – de Brasília
Ministra da Articulação Política do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), a deputada licenciada Gleisi Hoffmann (PT-PR) apontou, neste sábado, o Projeto de Lei (PL) chamado de ‘PL da Anistia’ como uma tentativa “clara de garantir impunidade a Jair Bolsonaro e seus cúmplices pelos crimes cometidos contra a democracia brasileira”.

A crítica, publicada nas redes sociais, destaca o teor do projeto que tramita na Câmara como um artifício para “livrar Bolsonaro da cadeia” e não para beneficiar supostas “senhorinhas da Bíblia”, como tentam justificar os defensores da proposta. O texto do projeto é explícito ao anistiar todos os que participaram de atos golpistas entre 30 de outubro de 2022, dia da eleição de Lula, e a data de sua eventual aprovação.
“Art. 1º Ficam anistiados manifestantes, caminhoneiros, empresários e todos os que tenham participado de manifestações nas rodovias nacionais, em frente a unidades militares ou em qualquer lugar do território nacional do dia 30 de outubro de 2022 ao dia de entrada em vigor desta Lei”, diz o projeto.
Hoffmann alertou, ainda, para o caráter abrangente da proposta.
Golpe
“O Projeto de Lei 2.858 determina a completa impunidade de todos que tramaram, participaram, apoiaram e financiaram os atentados contra a democracia no país”, descreveu.
A líder petista também ressaltou que o texto permite a anistia de crimes eleitorais, políticos e de qualquer outra natureza, desde que relacionados a motivações políticas, o que inclui os atos de 8 de janeiro, os acampamentos golpistas, os bloqueios de rodovias, o plano de assassinato de autoridades, as articulações com militares e os decretos do golpe.
“Em linguagem clara: além dos atentados de 8 de janeiro, dos acampamentos nos quartéis, bloqueios de estradas, da bomba no aeroporto de Brasília, seriam perdoados como ‘crimes conexos’ os decretos do golpe, o plano de assassinato de Lula, Alckmin e Alexandre de Moraes, a conspiração com os chefes militares, todos os crimes praticados por Bolsonaro e seus cúmplices contra a democracia, inclusive os crimes eleitorais”, concluiu a ministra.