Diante de sérios problemas de falta de alimentos e combustível, a Coréia do Norte está enviando milhões de moradores de cidades para o interior do país a fim de trabalhar em fazendas, segundo funcionários de ajuda humanitária e outras fontes.
O governo comunista disse para o povo se preparar para condições tão difíceis como as vistas em meados dos anos 1990, quando a fome matou mais de um milhão de pessoas, disse um empresário na China que viaja com frequência à Coréia do Norte.
Richard Ragan, diretor das operações do Programa Mundial de Alimentação da ONU na Coréia do Norte, afirmou:
– Há uma mobilização nacional e pessoas de todas as profissões e classes sociais foram requisitadas a ajudar no cultivo de arroz, mesmo pessoas com empregos fora da área agrícola.
“Até mesmo autoridades do ministério das Relações Exteriores que trabalham com o programa da ONU foram solicitadas a ajudar os agricultores nos finais de semana – disse ele.
Projetos de mobilização em massa de funcionários públicos são comuns no país altamente controlado, e funcionários de agências de ajuda humanitária e visitantes dizem que a colaboração com agricultores tornou-se um evento anual.
– Para o povo aqui, tudo é feito em massa – disse um funcionário por telefone a partir de Pyongyang.
O empresário que viaja regularmente à Coréia do Norte disse que esta parece ser a maior mobilização do tipo em anos e acrescentou que está sendo realizada devido à falta de combustível, que forçou o setor agrícola a trabalhar com menos mecanização.
Ele afirmou que norte-coreanos contaram que estão “preparando-se para o pior, para outro Março Árduo”, maneira como os norte-coreanos referem-se ao período de fome dos anos 1990.
– Basicamente, Pyongyang está bem vazia no momento. A maioria das pessoas foi tirada de seus trabalhos – disse ele, lembrando que quem ficou está cumprindo jornada dupla.
Cerca de 60% dos 22,5 milhões de habitantes da Coréia do Norte vivem em áreas urbanas.