O instituto constata, ainda, que as oscilações coincidem com a continuidade com leve melhora da avaliação de Bolsonaro, ainda dentro da margem de erro. “O índice de ótimo e bom atingiu 31% ante 30% na última pesquisa, uma tendência de crescimento que segue desde janeiro”, diz o comunicado do Ipespe.
Por Redação - de São Paulo
A pesquisa Ipespe divulgada nesta sexta-feira apresenta um cenário que se mantém inalterado desde o levantamento anterior do instituto, em abril, com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à frente na corrida eleitoral, seguido à distância pelo presidente Jair Bolsonaro (PL). Apesar da oscilação de um ponto percentual a menos, Lula segue na liderança, com 44% das intenções de voto e Jair Bolsonaro (PL) com 31%.
Na sequência, Ciro Gomes (PDT) aparece com 8%, João Doria (PSDB), com 3%, e André Janones (Avante), com 2%. Simone Tebet (MDB) oscilou de 2% para 1% e Luiz Felipe d’Ávila (Novo) marcou 1%. Outros candidatos não chegaram a 1%. Para os resultados, o Ipespe realizou 1 mil entrevistas em todo o país, de segunda a quarta-feiras. A margem de erro é de até 3,2 pontos percentuais.
Margem de erro
O instituto constata, ainda, que as oscilações coincidem com a continuidade com leve melhora da avaliação de Bolsonaro, ainda dentro da margem de erro. “O índice de ótimo e bom atingiu 31% ante 30% na última pesquisa, uma tendência de crescimento que segue desde janeiro, quando as avaliações positivas eram 24%. As avaliações negativas restaram estáveis, em 52%”, diz o comunicado do Ipespe.
“Outro indicador positivo para Bolsonaro é a redução gradual no índice dos que dizem não votar nele ‘de jeito nenhum’. Esse percentual passa de 64% em janeiro para 60% agora. No caso de Lula, essa rejeição atinge 43%, um ponto a mais que no levantamento anterior, “mas fica estável em relação ao começo do ano”, acrescenta.
Conforme mostra a pesquisa Ipespe, Lula venceria todos os adversários no segundo turno. Contra Bolsonaro, o petista teria 54% e o atual presidente ficaria com 34%. Se o adversário fosse Ciro Gomes, o ex-presidente derrotaria o pedetista por 52% a 25%. O tucano João Doria alcançaria 23% dos votos e Lula venceria com 55%.
Rumo certo
Em aula magna na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) na noite desta quinta-feira,o ex-presidente Lula voltou a destacar democratização do acesso às universidades como compromisso de um eventual novo governo, o que mostra consistência nas propostas do líder petista e assegura sua permanência no alto das pesquisas. Lula lembrou que programas como o Prouni e o Fies causaram uma “revolução” no ensino superior do país, mais que dobrando o número de estudantes universitários, na contramão do discurso de Bolsonaro.
Antes do seu governo, disse Lula, “as universidades não tinham a cara do Brasil, mas das elites. Os pobres das escolas públicas não podiam sonhar com universidade. Era preciso acabar com essa contradição. “Não queremos tirar o lugar de ninguém. O que queremos é igualdade de oportunidades.”
— O Fies e o Prouni foram a revolução que permitiu que a gente saísse de 3,5 milhões de alunos na universidade para 8 milhões de alunos. Mais importante ainda, que a gente tivesse 51% dos estudantes negros e pardos pela primeira vez na história desse país — disse Lula.
Crescimento
Embora as pesquisas mais recentes mostrem um crescimento do presidente Bolsonaro, especialmente depois da saída do juiz Sérgio Moro da disputa pelo Palácio do Planalto, levantamentos feitos pelo PT e análises de pesquisas regionais têm deixado a cúpula do partido mais segura.
Lula, que lidera as pesquisas nacionais de intenção de voto, teria crescido em locais onde a disputa com Bolsonaro estaria mais acirrada, notadamente Rio Grande do Sul e São Paulo, de acordo com fontes ouvidas pela agência inglesa de notícias Reuters.
As análises foram apresentadas a Lula, ao companheiro de chapa, Geraldo Alckmin, e à cúpula petista em uma reunião de dia inteiro, no início dessa semana.
— O cenário melhorou sim, está bom para nós — constatou uma das fontes ouvidas pela agência, ressaltando que não tem nada ganho, mas que os sinais são positivos para o futuro.