terceira via

Simone Tebet (MDB-MS) foi apontada no início de junho como a candidata da autointitulada ‘Terceira Via’, formada por MDB, PSDB e Cidadania. O União Brasil, que inicialmente fazia parte da composição, decidiu lançar nome próprio.

Ao se reforçar como alternativa à polarização política, a pré-candidata Simone Tebet disse que tem otimismo com a recuperação econômica do Brasil e afirmou que o país precisa, com urgência, sair “do mapa da fome”. Em respostas a empresários e representantes da indústria, a emedebista se comprometeu a concretizar a reforma tributária.

Emedebistas que resistem à senadora e mesmo apoiadores da parlamentar que conhecem bem o partido têm dito que a sigla está dividida e, na convenção, o resultado pode ser mais apertado do que a direção planeja. Isso porque, no encontro, cada Estado tem um número determinado de delegados, aptos a votar.

Ainda na avaliação do ex-ministro, um golpe militar não está descartado. "Não descarto nada" disse Amaral. Para ele, um golpe no sentido clássico (militares colocando tanques nas ruas) é inviável, “para tomar ou manter o poder, com ou sem Bolsonaro”.

A intenção e a decisão são oficiais mas, para ser levada a cabo, será necessária ainda a aprovação das diretorias executivas nacionais das três siglas, o que deverá acontecer na próxima terça-feira. No caso de um sinal positivo dos caciques do PSDB aderindo à candidatura única de Tebet, o maior prejudicado será o pré-candidato tucano, João Doria.

Embora uma parcela do empresariado tenha se dedicado a buscar alguém disposto a enfrentar os líderes das pesquisas de opinião, o desânimo é visível diante da inviabilidade da chamada ‘Terceira Via’, com um nome da direita.

O avanço das hostes bolsonaristas, no entanto, tem servido para destruir os últimos focos de resistência daqueles partidos que formam a ‘Terceira Via’; além de ampliar a velocidade de queda das possíveis candidaturas de Luciano Bivar (União Brasil), João Doria (PSDB) e Simone Tebet (MDB).

O instituto constata, ainda, que as oscilações coincidem com a continuidade com leve melhora da avaliação de Bolsonaro, ainda dentro da margem de erro. “O índice de ótimo e bom atingiu 31% ante 30% na última pesquisa, uma tendência de crescimento que segue desde janeiro”, diz o comunicado do Ipespe.

A declaração acontece no dia seguinte à reunião de dirigentes da ‘Terceira Via’. Na ocasião, a União Brasil foi representada por Antônio de Rueda, vice-presidente do partido, e Elmar Nascimento, líder da bancada na Câmara.

O estudo revela, ainda, que resta pouco espaço para a ‘Terceira Via’. No principal cenário, Lula tem 41%, seguido por Bolsonaro, com 32%, Ciro Gomes (PDT) com 9% e João Doria (PSDB) e André Janones (Avante), ambos com 3%. Simone Tebet (MDB) e Vera Lúcia (PCB) têm 1% cada.

Os candidatos que disputam o selo da chamada ‘Terceira Via’, que nunca conseguiram chegar a dois dígitos, agora apresentam sinais de derretimento para abaixo dos 5%. Nem a elite econômica, nem a imprensa corporativa parecem ter ainda esperança de encontrar um nome capaz de resolver esse problema.

Pré-candidatos à Presidência, Leite, Tebet e o ex-juiz suspeito e incompetente Sergio Moro estão em campanha para, cada um à sua maneira, tentar se viabilizar como o nome mais competitivo da chamada 'Terceira Via' e, assim, aglutinar apoios e alianças para furar a chamada polarização entre o Jair Bolsonaro (PL) e o ex-presidente Lula.

Ciro Gomes concedeu entrevista nesta manhã desta sexta-feira a uma rádio de Manaus. Dirigentes da União Brasil defendem chamar Ciro para a rodada de conversas entre partidos que discutem lançar nomes da chamada terceira via para a Presidência. À rádio o pré-candidato afirmou que, nesta fase, "estamos todos conversando com todos".

Em um dos últimos lugares na corrida presidencial, Doria fez acenos a candidatos da chamada terceira via e ataques às gestões petistas e ao governo de Jair Bolsonaro (PL). Entre os citados em uma possível ‘Terceira Via’, Sergio Moro (Podemos), Simone Tebet (MDB), Alessandro Vieira (Cidadania) e Rodrigo Pacheco (PSD) estão na lista de possíveis aliados.

Sob condição de anonimato, o diário conservador paulistano Folha de S. Paulo (FSP) ouviu três banqueiros, dois gestores de fundos de investimentos e representantes setoriais da indústria, do agronegócio e do comércio. Com algumas nuances, todos são unânimes ao prever um segundo turno entre Lula e Bolsonaro.

Ainda que não esteja determinado se Bolsonaro tem o poder de influenciar o futuro e os alvos de investigações da PF, é importante lembrar que, no dia 11 de outubro, o ministro do STF Alexandre de Moraes decidiu prorrogar por mais 90 dias o inquérito que apura a suposta tentativa de interferência política do presidente da República na PF.

Para o cientista político Alberto Carlos Almeida, “o problema não é o nome de Sérgio Moro, mas sim o papel eleitoral que ele cumpre, o de candidato ‘nem, nem’, de Terceira Via, que enfrenta um presidente da República sentado na cadeira de mandatário máximo e um ex-presidente que saiu do cargo bem avaliado depois de oito anos de mandato”.

Ainda na entrevista Gomes também comentou o fato de o ex-presidente do Banco Central (BC) Affonso Celso Pastore ser o conselheiro de Moro sobre assuntos econômicos. Embora tenha elogiado o economista, classificando-o como uma "pessoa estimável e respeitável", Ciro lembrou que ele foi presidente do BC durante a ditadura militar.

Rodrigo Pacheco é esperado em evento do PSD, neste sábado, no Rio de Janeiro, com a presença do prefeito da cidade, Eduardo Paes (PSD). Outro nome que integrará o PSB, o ex-presidente da Câmara dos Deputados, hoje secretário do governo João Doria (PSDB), Rodrigo Maia pretende seguir no Legislativo.

De acordo com o cientista político e professor da Fundação Getúlio Vargas (FGV) Cláudio Couto,  o impedimento do atual ocupante do Palácio do Planalto seria a saída mais óbvia para esse segmento político tentar se manter no poder.