Entre as medidas avaliadas, sob o conhecimento do então ministro estava a intervenção do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD), para impedir a posse de Lula (PT). Também fazia parte do grupo chamado ‘Notícias Brasil’ o general da reserva Sérgio Etchegoyen, comandante do GSI no governo de Michel Temer (MDB).
Por Redação - de Brasília
Ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) no governo de Jair Bolsonaro (PL), o general Augusto Heleno foi exposto na articulação do golpe fracassado em 8 de Janeiro. Dados apurados pelas investigações da Polícia Federal (PF) sobre os atos golpistas revelam que o militar participou de um grupo de Whatsapp com militares, em que o assunto eram as ações destinadas a consolidar a derrubada do governo eleito, nas urnas.
Entre as medidas avaliadas, sob o conhecimento do então ministro estava a intervenção do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD), para impedir a posse de Lula (PT). Também fazia parte do grupo chamado ‘Notícias Brasil’ o general da reserva Sérgio Etchegoyen, comandante do GSI no governo de Michel Temer (MDB). Outros cerca de 40 militares, entre oficiais da ativa e da reserva, integrantes do Estado-Maior, do Ministério da Defesa e militares da área de Informações da Aeronáutica também integravam o conluio que, agora, passa à alçada judicial.
Uma vez comprovada a participação dos militares no golpe extirpado pela ação efetiva das instituições democráticas brasileiras, a carreira de cada um deles estará em xeque. O grupo foi extinto em 8 de janeiro, logo depois de fracassada a tentativa de tomada do poder com os ataques ao Palácio do Planalto, ao Congresso e ao Supremo Tribunal Federal (STF).
Muito velho
A existência do conluio foi revelada ao portal de notícias UOL pelo coronel aviador reformado Francisco Dellamora. Segundo o coronel, Heleno lia as mensagens sobre iniciativas golpistas, mas não se manifestava. Ao portal, o general Heleno disse não se recordar do grupo e que nunca ouviu “essas histórias de que se vai decretar intervenção”.
— Não sei quem participou. Internet é um negócio que você começa a responder uma porção de coisas, mas nunca participei disso — desconversou.
O general disse também que não se lembra de ter lido essas mensagens, já que não se lembra do grupo.
— O coronel Dellamora está muito velho. Não sei a importância que ele tem no quadro político nacional hoje — concluiu o general.