Rio de Janeiro, 22 de Dezembro de 2024

Congressistas abominam desfile de tanques promovido por Bolsonaro

Arquivado em:
Terça, 10 de Agosto de 2021 às 12:59, por: CdB

 

O presidente da CPI da Covid, Omar Aziz (PSD-AM), abriu a sessão lendo uma nota contra Bolsonaro, afirmando que o presidente não tem o direito de ameaçar a própria democracia que o elegeu. Ele também classificou o desfile de tanques como “patético”, afirmando que não representa uma demonstração de força, mas “ameaça de um fraco que sabe que perdeu”.

Por Redação - de Brasília
Os senadores da CPI da Covid iniciaram os trabalhos desta terça-feira (10) criticando o presidente Jair Bolsonaro e o desfile de tanques e blindados, realizado em Brasília. Na avaliação dos parlamentares, o presidente ameaça um golpe contra o próprio país, o que evidencia sua “fraqueza” de maneira “patética”. O presidente da CPI da Covid, Omar Aziz (PSD-AM), abriu a sessão lendo uma nota contra Bolsonaro, afirmando que o presidente não tem o direito de ameaçar a própria democracia que o elegeu. Ele também classificou o desfile de tanques como “patético”, afirmando que não representa uma demonstração de força, mas “ameaça de um fraco que sabe que perdeu”, em referência à perspectiva de derrota da PEC do voto impresso na Câmara dos Deputados.
desfile-tanques.jpg
O patético desfile de armamento sucateado chamou a atenção dos parlamentares pelo objetivo de pressionar o Congresso
— O papel das Forças Armadas é defender a democracia, não ameaçá-la. Desfiles como este serviram para mostrar força para conter inimigos externos que ameaçassem nossa soberania, o que não é o caso. As Forças Armadas jamais podem ser usadas para intimidar sua população, sem adversários, e atacar a oposição legitimamente constituída. Não há nenhuma previsão constitucional para isso — afirmou Aziz.

Constituição

O presidente da CPI acrescentou que as providências precisam ser tomadas contra as autoridades que defendem ações golpistas e personagens da sociedade civil que defendem medidas antidemocráticas. — Em 1984, eu estava em Brasília quando o general Newton Cruz colocou seu tanques contra o voto direto. Está acontecendo de novo e o Congresso não pode se curvar a isso. É necessário tomar providências — acrescentou, ao comparar o dia de hoje com a tentativa do general Newton Cruz de atentar contra a emenda à Constituição Dante de Oliveira, que previa eleições diretas.

Desfile golpista

A fala de Aziz foi acompanhada e endossada por outros senadores. Humberto Costa (PT-PE) afirmou que Bolsonaro, ao invés de trabalhar, passa suas 24 horas do dia criando conflitos e fazendo propaganda eleitoral antecipada. O senador petista classificou o desfile de tanques de Bolsonaro como “desnecessário e desproporcional”. “Ninguém tem o direito de ganhar no grito. Bolsonaro não quer o voto impresso para melhorar a eleição, é apenas um pretexto para dizer que o voto não é seguro, desqualificar as urnas e, se perder, acusar a existência de fraude para aplicar um autogolpe”, alertou Costa. O senador Otto Alencar (PSB-BA) tomou a palavra em seguida e afirmou que Jair Bolsonaro usa as Forças Armadas para intimidar o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal (STF). “É uma afronta à Constituição Federal e à democracia”, lamentou o parlamentar, que disse não ser intimidado pela ação. — Não vamos recusar, mesmo que sua vontade seja dar um golpe militar no Brasil. O que estimula Bolsonaro é proteger seu mandato e seu círculo familiar. Nenhum político pode estar mais ao lado dele. Ele precisa estar sozinho nessa posição de defensor do golpe militar para que, no ano que vem, a população escolha um novo presidente da República — resumiu Otto Alencar.
Edições digital e impressa
 
 

Utilizamos cookies e outras tecnologias. Ao continuar navegando você concorda com nossa política de privacidade.

Concordo