Rio de Janeiro, 30 de Outubro de 2024

Bolsonaro, prestes a escapar do país, é perseguido por ações judiciais

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Quarta, 28 de Dezembro de 2022 às 12:10, por: CdB

Bolsonaro, porém, esqueceu-se de combinar com o ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Augusto Heleno, que publicou no Diário Oficial da União (D.O.U) a autorização para o afastamento do país de uma funcionária do GSI.

Por Redação - de Brasília
Presidente em fim de mandato, Jair Bolsonaro (PL) insiste em fazer mistério quanto à viagem que deverá realizar, nas próximas 48 horas, para os EUA. Em declaração o canal norte-americano de TV CNN Brasil, na véspera, o mandatário derrotado nas últimas eleições negou que planeja deixar o país rumo à Flórida. Ele também negou que tenha convidado alguns assessores mais próximos para um jantar de despedida, nesta noite, no Palácio da Alvorada. — Reunião de despedida? Fake. Também não viajo amanhã. Fake — disparou.
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o general Augusto Heleno, na reserva, é um dos mais ativos defensores do presidente Bolsonaro (PL)
Bolsonaro, porém, esqueceu-se de combinar com o ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Augusto Heleno, que publicou no Diário Oficial da União (D.O.U) a autorização para o afastamento do país de uma funcionária do GSI, a segunda sargento Aline Amancio, liberada para compor a equipe de segurança familiar de Jair Bolsonaro. Segundo publicação no Diário Oficial da União (D.O.U), o afastamento ocorrerá entre esta quarta e a quinta-feira. Na véspera, agentes do GSI partiram aos Estados Unidos para preparar a chegada de Bolsonaro ao país. O filho Carlos, o ’02’, já se encontra em Miami desde o início da semana.

Faixa presidencial

Ao deixar o país antes da posse de seu sucessor, Bolsonaro recusa-se na prática a passar a faixa presidencial. Para resolver o impasse, uma das alternativas que tem ganhado adeptos entre os integrantes da equipe que prepara a cerimônia da posse de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) é incumbir da missão o presidente do Senado e do Congresso, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), segundo especulação da mídia conservadora. Tal possibilidade passou a ser avaliada nos últimos dias e com o aval de Pacheco. Por lei, cabe ao presidente do Congresso abrir a sessão solene de posse e entregar ao presidente eleito e ao vice o termo de posse para que assinem. Nesta posse, sem a presença de Bolsonaro, a previsão é de que Pacheco discurse logo depois de Lula. As férias do futuro ex-presidente, nos EUA, no entanto, poderão ser abreviadas caso prospere a ação judicial movida pelo grupo jurídico ‘Prerrogativas’ junto ao Supremo Tribunal Federal (STF), contra a viagem em fim de mandato. A pretensão dele é por um período "sabático" de alguns meses, no Estado norte-americano da Flórida.

Em fuga

Na visão do grupo, formado por advogados e profissionais de Direito progressistas, a "fuga" do presidente não pode ser custeada com recursos públicos. — No nosso entender há uma proibição jurídica de que o Estado seja utilizado para interesse pessoal do presidente, não para uma atividade inerente à função dele. Você não pode usar recursos públicos para promover o que essencialmente é uma fuga. É mais uma atitude criminosa de um presidente que cometeu diversas ao longo do mandato — pontua o coordenador do grupo, Marco Aurélio Carvalho. Aliados de Bolsonaro sugerem que ele “saia de cena”, para tentar se livrar da enxurrada de processos que deve enfrentar. “Não adianta fugir! Bolsonaro tem que responder pelas rachadinhas, pelas mortes da covid sem vacina, por quem sufocou no Amazonas e pelo terror que ele semeou”, adverte o deputado Ivan Valente (PSOL-SP). “Esse é o patriota que diz Brasil acima de tudo? Saindo pela porta dos fundos e se escondendo. Vergonhoso, mas condizente”, resume na mesma rede social a também deputada Maria do Rosário (PT-RS).
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