No relatório produzido pela PGR, Araújo teria insinuado que Moraes autorizou procedimentos ilegais, decretado prisões sem fundamentos sólidos e buscado obter provas sem justificativa legítima. A prática é conhecida como "pesca probatória”.
Por Redação - de Brasília
Documento confidencial vazado nesta sexta-feira para a mídia conservadora revela que o ambiente anda tenso entre o Supremo Tribunal Federal (STF) e a Procuradoria-Geral da República (PGR). Segundo os dados obtidos pela revista semanal de ultradireita Veja, está em curso um embate interno entre o ministro Alexandre de Moraes, do STF, e a vice-procuradora-geral da República, Lindôra Araújo.
No relatório produzido pela PGR, Araújo teria insinuado que Moraes autorizou procedimentos ilegais, decretado prisões sem fundamentos sólidos e buscado obter provas sem justificativa legítima. A prática é conhecida como "pesca probatória”.
Investigações
As acusações da procuradora envolvem a prisão do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), e a apreensão de telefones relacionados ao caso. “Os elementos apontados são por demais incipientes a recomendar quaisquer diligências ou medidas em face dos investigados, sob pena de se validar a pesca probatória, à semelhança de outras investigações em curso no âmbito do Supremo Tribunal Federal”, escreveu Lindôra Araújo.
No documento, a vice-PGR argumenta não haver qualquer justificativa plausível para a prisão preventiva de Mauro Cid e outros envolvidos no caso. Ela expressa preocupação com o uso da "pesca probatória" e ressalta a falta de elementos concretos para sustentar as medidas.
O relatório também questiona a forma como o ministro teria conduzido algumas investigações, alegando falta de formalização de atos processuais e precipitação ao atribuir responsabilidades golpistas a pessoas ligadas a Bolsonaro.