Rio de Janeiro, 19 de Maio de 2025

STF intima advogados de Collor a apresentar resultados de exames

O STF exige que a defesa de Fernando Collor apresente exames de saúde e explique a falta de registros entre 2019 e 2022. Entenda os detalhes da decisão.

Terça, 29 de Abril de 2025 às 12:56, por: CdB

Moraes determinou ainda que a defesa explique a inexistência de exames realizados de 2019 a 2022 relativos à doença de Parkinson.

Por Redação, com ABr – de Brasília

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), deu nesta terça-feira novo prazo de 48 horas para que a defesa do ex-presidente Fernando Collor apresente a íntegra dos exames que comprovam o estado de saúde dele, incluindo exames de imagem.

STF intima advogados de Collor a apresentar resultados de exames | Ex-presidente Fernando Collor
Ex-presidente Fernando Collor

Moraes determinou ainda que a defesa explique a inexistência de exames realizados de 2019 a 2022 relativos à doença de Parkinson. A ordem foi proferida depois dos advogados encaminharem ao Supremo os primeiros documentos para comprovar as doenças do ex-presidente.

“Em complementação aos documentos juntados, determino que a Defesa do custodiado, no prazo de 48 (quarenta e oito) horas, junte a integra dos exames realizados, inclusive os exames de imagens, bem como esclareça a inexistência de exames realizados no período de 2019 a 2022, indicativos e relacionados à Doença de Parkinson”, escreveu Moraes nesta terça.

Relator da execução penal do ex-presidente, Moraes havia aberto na segunda-feira um primeiro prazo de 48 horas para que fossem prestadas mais informações sobre o estado de saúde de Collor, como a apresentação de prontuário médico completo.

Prisão domiciliar humanitária

Os despachos de Moraes foram assinados depois da defesa ter solicitado o regime de prisão domiciliar humanitária em razão de doenças graves e da idade avançada (75 anos).

Por meio de atestado do neurologista Rogério Tuma, a defesa alegou que o ex-presidente possui doenças que precisam de acompanhamento contínuo e equipamentos especiais, o que só poderia ocorrer em regime domiciliar. 

As patologias informadas foram doença de Parkinson, apneia obstrutiva do sono e transtorno afetivo bipolar.

Cabe a Moraes a primeira análise sobre o pedido de prisão domiciliar, mas o ministro-relator também pode remeter a questão diretamente para julgamento pelo plenário. 

Antes disso, a Procuradoria-Geral da República (PGR) ainda deve se manifestar sobre a solicitação.

Entenda

Collor foi preso na última sexta-feira por determinação de Moraes. O ministro determinou o cumprimento imediato da pena de oito anos e 10 meses de reclusão em regime inicial fechado pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

O ex-presidente, ex-governador e ex-senador por Alagoas foi condenado em maio de 2023 em um processo derivado da Operação Lava Jato

Por unanimidade, o plenário do Supremo decidiu que ele, como antigo dirigente do PTB, foi responsável por indicações políticas para a BR Distribuidora, empresa subsidiária da Petrobras, e recebeu R$ 20 milhões em vantagens indevidas em contratos da empresa. Segundo a denúncia, os crimes ocorreram entre 2010 e 2014.

Moraes determinou a prisão imediata após entender que um último recurso do ex-presidente teria caráter “protelatório”, ou seja, foi apresentado somente para adiar a prisão. 

Em sessão virtual extraordinária encerrada na segunda, a maioria dos ministros do Supremo decidiu, por 6 votos a 4, manter a decisão do relator.

Collor está preso no presídio Baldomero Cavalcanti de Oliveira, em Maceió. Por ser ex-presidente, ele cumpre a pena em uma ala especial.

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