A defesa de Vasques questiona os motivos da prisão e chega a comparar a situação do réu à dinâmica dos processos que correm contra Bolsonaro. No pedido, os advogados dizem que se a justificativa da Polícia Federal (PF) para manter Vasques preso é evitar interferências na produção de elementos probatórios.
Por Redação - de Brasília
Os advogados do detento Silvinei Vasques, ex-diretor da Polícia Rodoviária Federal (PRF) durante a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), ingressaram nesta segunda-feira com mais um pedido para que o relator do caso, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), libere o suspeito de cometer uma série de crimes contra a democracia. Vasques está detido desde 9 de agosto do ano passado e já teve dois requerimentos de liberdade negados.
A defesa de Vasques questiona os motivos da prisão e chega a comparar a situação do réu à dinâmica dos processos que correm contra Bolsonaro. No pedido, os advogados dizem que se a justificativa da Polícia Federal (PF) para manter Vasques preso é evitar interferências na produção de elementos probatórios, então o mesmo critério deveria ser aplicado ao ex-presidente.
Sem prazo
“Se o argumento fosse válido, a Polícia Federal teria pedido a prisão do ex-presidente da República pelo mesmo fundamento. Isso porque se o requerente poderia influenciar no ânimo de alguma testemunha, mesmo sendo pobre e um mero servidor público aposentado, com muito mais razão poderia o ex-presidente”, dizem os advogados, na petição.
A questão da aposentadoria de Vasques, citando o caso de coronéis da Polícia Militar do Distrito Federal, soltos sob o argumento de que estariam aposentados e não teriam influência sobre subordinados, também é citada no pedido. Os advogados argumentam que, da mesma forma, Vasques não teria capacidade de influenciar o curso das investigações.
O pedido ainda aguarda resposta do ministro Alexandre de Moraes, sem prazo definido para decisão.