Senado derrota Bolsonaro e impõe o fim do decreto sobre o porte de armas
A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado já havia aprovado, na semana passada, um relatório que pede a suspensão da medida aprovada por Bolsonaro.
A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado já havia aprovado, na semana passada, um relatório que pede a suspensão da medida aprovada por Bolsonaro.
Por Redação - de Brasília
O Senado derrotou, na noite desta terça-feira, por 47 votos favoráveis e 28 contra, o decreto do presidente Jair Bolsonaro que liberava o porte ampliado de armas para agentes públicos e determinadas categorias profissionais. A Casa interrompeu, desta forma, a principal promessa de campanha do mandatário neofascista.
Bolsonaro, cada vez mais enfraquecido no Congresso, é derrotado em seu principal mote de campanha
A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado já havia aprovado, na semana passada, um relatório que pede a suspensão da medida aprovada por Bolsonaro.
Votação
Antevendo a derrota, no Senado, Bolsonaro declarou que não poderia fazer nada se o plenário assim decidisse.
— O povo deve ter o direito às armas para se defender daqueles que ousem tirar a sua liberdade — argumentou Bolsonaro.
Em um outro vídeo, distribuído à larga pouco antes da votação, Bolsonaro havia defendido o decreto das armas.
— Eu não posso fazer nada. Eu não sou ditador, sou democrata, pô — esbravejo o presidente junto aos jornalistas que o cercavam.
Até jornalistas
Ele concedeu a entrevista logo após cerimônia de hasteamento da bandeira com ministros, no Palácio do Planalto, pela manhã.
— Nós sabemos que no Brasil, hoje em dia, quem está à margem da lei está armado. Queremos, para o lado de cá, dar o direito à legitima defesa, que foi decidido nas urnas em 2005. Nada mais estou fazendo do que atendendo a vontade do povo expressa nas urnas em 2005 por ocasião do referendo — acrescentou.
O decreto de armas, assinado por Bolsonaro no dia 7 de maio, facilitava o porte de armas de fogo para 20 categorias, incluindo políticos eleitos, caminhoneiros e oficiais de Justiça e até jornalistas.