Privatização do patrimônio nacional na mira do governo
O governo Jair Bolsonaro (PSL) anunciou, nessa quarta-feira, seu plano de liquidação do patrimônio nacional, que prevê a venda ou extinção de empresas públicas como Correios, Telebras e Eletrobras.A informação foi divulgada pelo ministro Paulo Guedes na terça-feira.
Ministro Paulo Guedes reafirmou ainda a meta de privatizar US$ 20 bilhões neste ano.
Por Redação, com Brasil de Fato e Agências - de Brasília
O governo Jair Bolsonaro (PSL) anunciou nessa quarta-feira seu plano de liquidação do patrimônio nacional, que prevê a venda ou extinção de empresas públicas como Correios, Telebras e Eletrobras.A informação foi adiantada pelo ministro Paulo Guedes, na noite passada.
Ministro Paulo Guedes reafirmou ainda a meta do governo Bolsonaro de privatizar US$ 20 bilhões neste ano.
Ao todo, 17 empresas estão no plano de desmonte do Estado brasileiro elaborado pelo ministro da Economia, o rentista Paulo Guedes, homem do mercado financeiro que já anunciou mais de uma vez que pretende “vender tudo”.
Em atividade com empresários e executivos de grandes empresas, na terça-feira em São Paulo (SP), Guedes declarou: "Vamos acelerar as privatizações. Tem gente grande que acha que não vai ser privatizado e vai entrar na faca". O ministro reafirmou ainda a meta de privatizar US$ 20 bilhões neste ano.
Para enfrentar o projeto de entrega do patrimônio público, será lançada em 4 de setembro, durante seminário na Câmara dos Deputados, a Frente Parlamentar e Popular em Defesa da Soberania Nacional.
Veja a lista das empresas, segundo o Poder360: Emgea (Empresa Gestora de Ativos); ABGF (Agência Brasileira Gestora de Fundos Garantidores e Garantias);Serpro (Serviço Federal de Processamento de Dados);Dataprev (Empresa de Tecnologia e Informações da Previdência Social);Casa da Moeda; Ceagesp (Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo);Ceasaminas (Centrais de Abastecimento de Minas Gerais);CBTU (Companhia Brasileira de Trens Urbanos); Trensurb (Empresa de Trens Urbanos de Porto Alegre S.A.);Codesa (Companhia Docas do Espírito Santo);EBC (Empresa Brasil de Comunicação);Ceitec (Centro de Excelência em Tecnologia Eletrônica Avançada);Telebras; Correios; Eletrobras; Lotex (Loteria Instantânea Exclusiva);Codesp (Companhia Docas do Estado de São Paulo).
Privatização a toque de caixa
Em janeiro deste ano, o ministro de Infraestrutura, Tarcísio de Freitas revelou, nesta terça-feira, durante entrevista a uma rádio, que o governo federal pode privatizar ou liquidar cerca de 100 estatais, como forma de levantar recursos e reduzir gastos. A medida foi encomendada por Jair Bolsonaro (PSL), “a toque de caixa, o mais rápido possível”, revelou um assessor do Ministério, sem se identificar.
Ainda segundo Freitas, o número pode ser alcançado se forem consideradas as subsidiárias em instituições estatais como Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Banco do Brasil, Caixa e Eletrobras.
— Obviamente, a gente não está falando só de privatizações. Mas de liquidações de empresas que hoje não fazem tanto sentido. E o governo obviamente está levantando uma série de situações dessas para também promover liquidações que, de certa forma, vão desonerar o Orçamento — disse Freitas.
Concessões
O ministro também afirmou que está em estudo, em seu ministério, a concessão de 5,6 mil quilômetros de rodovias; além de 4 mil quilômetros de concessões atuais que tendem a ser renovadas.
— Temos que pegar todos os trechos que têm possibilidade de exploração comercial e passar para a iniciativa privada via concessão e via parceria público-privada (PPP). Isso vai fazer com que a gente só na área da concessão disponibilize para a iniciativa privada quase 9 mil quilômetros de rodovias — concluiu.
A deputada federal (PT), Gleisi Hoffmann disse através das redes sociais que "a venda desvariada do patrimônio do povo brasileiro é sem precedentes e Guedes quer privatizar TODAS as estatais. Não podemos deixar isso acontecer! Aqui está a primeira leva das empresas que serão entregues por Bolsonaro".
Rejeição
De acordo com a sondagem realizada em julho pelo Instituto Paraná Pesquisas, 61,5% são contrários à venda da Petrobras. O índice é quase o dobro do percentual de brasileiros favoráveis à privatização da empesa – 32%. Outros 6,5% não sabem ou não responderam.
Já em relação à Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT), 55,1% são contra a privatização, ante 38,2% que apoiam. Não sabem ou não responderam 6,6% dos entrevistados.
Bolsonaro já falou da intenção de privatizar os Correios e, em junho, demitiu o presidente da empresa, general Juarez Cunha, que era contrário à venda da estatal. Já a Petrobras pode ser mantida no modelo atual, de economia mista, com foco na sua principal atividade: a exploração do petróleo.
O Instituto Paraná Pesquisas entrevistou 2.102 brasileiros maiores de 16 anos em 158 municípios brasileiros das 27 unidades da federação entre os dias 20 e 25 de junho.
Matéria atualizada às 14h31min