Na avaliação dos agentes envolvidos nas investigações, as mensagens comprovam e reforçam o envolvimento de Bolsonaro na elaboração de uma minuta golpista discutida em reuniões no Palácio da Alvorada, após a derrota nas urnas em 2022.
Por Redação – de Brasília
A Polícia Federal (PF) prevê a conclusão, no início de novembro, das investigações sobre a participação do ex-mandatário neofascista Jair Bolsonaro (PL) no golpe de Estado fracassado em 8 de janeiro. O relatório final deve apresentar novas mensagens encontradas em aparelhos eletrônicos pessoais dos investigados, que incriminam o ex-chefe do Executivo.
Na avaliação dos agentes envolvidos nas investigações, as mensagens comprovam e reforçam o envolvimento de Bolsonaro na elaboração de uma minuta golpista discutida em reuniões no Palácio da Alvorada, após a derrota nas urnas em 2022. Depoimentos revelaram reuniões entre autoridades para tratar de um golpe de Estado, no Brasil.
Abin paralela
O relatório da PF vai encerrar o inquérito das milícias digitais, que já gerou dois indiciamentos. Um deles sobre a falsificação de cartões de vacinação, e o outro sobre o desvio de presentes dados por autoridades estrangeiras ao governo Bolsonaro. A parte sobre a tentativa de golpe demorou mais porque era preciso cruzar os dados da investigação com o inquérito que apura a criação de uma estrutura paralela na Agência Brasileira de Inteligência (Abin) para investigar inimigos políticos do ex-presidente.
A PF apontou que a Abrin paralela era utilizada para criar e espalhar notícias falsas, que seriam o ponto de intersecção com o inquérito das milícias digitais. As investigações andaram em um ritmo mais lento porque os agentes precisaram aguardar a perícia extrair as mensagens dos celulares e computadores apreendidos nas operações de busca ao longo dos meses.