Por Redação - de Brasília
Ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes determinou, nesta segunda-feira, a retirada do sigilo do inquérito que apura a organização de atos antidemocráticos. A decisão ocorre após o o procurador-geral da PGR, Augusto Aras, defender o arquivamento da investigação.
O inquérito apura quem organizou e financiou atos bolsonaristas exigindo a intervenção militar e a adoção de um novo AI-5. As manifestações extremistas ocorreram no ano passado e contaram com o apoio de aliados conhecidos de Jair Bolsonaro, como Sara Winter, do deputado Daniel Silveira e o blogueiro Oswaldo Eustáquio.
"No caso dos autos, embora a necessidade de cumprimento das numerosas diligências determinadas exigisse, a princípio, a imposição de sigilo à totalidade dos autos, é certo que, diante do relatório parcial apresentado pela autoridade policial – e com vista à Procuradoria Geral da República, desde 4/01/2021 – não há necessidade de manutenção da total restrição de publicidade", informa o ministro no despacho que tirou o sigilo do inquérito.
Petição
Sob a mira do STF, Bolsonaro preferiu o ataque. Ele se manifestou, nesta manhã, sobre a decisão de um outro ministro do STF, Luís Roberto Barroso, de suspender por seis meses, por conta da pandemia, ações de despejo residenciais, em todo o país.
O chefe do governo federal chamou o ato de "fim da propriedade privada". Ele também voltou a dizer que "será o último a ser vacinado" contra a covid-19.
— O ministro Barroso aceitou agora uma petição do PSOL. Olha só a que ponto chegamos, né? De modo que quem invadiu terra ou está ocupando imóvel desde antes da Covid, pode ficar mais seis meses numa boa, tranquilo. É o fim da propriedade privada — disse.
‘Coragem moral’
Partindo de Barroso, Bolsonaro ampliou sua crítica a "simpatizantes" do PSOL na Justiça.
— O cara ocupa, não paga mais aluguel e o ministro Barroso acha que está certo. Como o PSOL não consegue nada na Câmara, vai à Justiça onde encontra seus simpatizantes. Lamentável a decisão do Barroso — acrescentou.
Em abril de 2021, Bolsonaro já havia se irritado com Barroso quando o ministro determinou que o Senado instalasse a CPI da Covid. À época, Bolsonaro disse que o magistrado não tinha "coragem moral".