De acordo com o titular da AGU, as fraudes ocorreram em um contexto de fragilização deliberada da estrutura do INSS.
11h28 – de Brasília
Advogado-geral da União, o ministro Jorge Messias atribuiu ao governo de Jair Bolsonaro (PL) a criação de uma “engenharia criminosa” para fraudar o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Segundo o ministro, o esquema foi estruturado “nos estertores” da administração anterior e envolveu a tentativa de desmonte da Dataprev — estatal responsável por armazenar e proteger os dados da Previdência.

— Está muito claro que uma tecnologia criminosa, um modelo criminoso de engenharia criminosa foi montada pelo governo anterior, nos estertores do governo anterior — afirmou Messias aos jornalistas, nesta quinta-feira, em uma entrevista coletiva após o anúncio do plano de ressarcimento aos segurados que sofreram descontos indevidos em seus benefícios.
Desmonte
De acordo com o titular da AGU, as fraudes ocorreram em um contexto de fragilização deliberada da estrutura do INSS.
— Todos aqui sabem a situação lamentável que nós encontramos o INSS: uma autarquia previdenciária desmontada, sem servidores públicos, sem sistema — denunciou Messias, que também responsabilizou diretamente a antiga gestão pelo desmonte da Dataprev.
A empresa pública estava na lista de desestatizações do governo anterior.
— A Dataprev foi desmontada para ser vendida pelo governo anterior. Assim que o presidente Lula assumiu, ele retirou a empresa da lista, porque era fundamental que nós tivéssemos uma empresa pública que zelasse pela qualidade e garantia dos dados — afirmou.
Messias adiantou, por fim, que os ressarcimentos anunciados nesta quinta-feira serão, prioritariamente, financiados pela recuperação dos ativos desviados.