Bolsonaro permanece impedido de concorrer, após ficar inelegível por ataques ao sistema eleitoral em 2022. Na simulação de disputa entre Lula e Tarcísio, 8% disseram que votariam em nulo ou branco, e 6% não souberam ou não responderam.
Por Redação – de Brasília
O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) detém 46% de intenções de voto para a eleição presidencial de 2026, e o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), marca 40%, num cenário em que ele seja escolhido como candidato do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), revela uma pesquisa da Genial/Quaest divulgada nesta segunda-feira.
Bolsonaro permanece impedido de concorrer, após ficar inelegível por ataques ao sistema eleitoral em 2022. Na simulação de disputa entre Lula e Tarcísio, 8% disseram que votariam em nulo ou branco, e 6% não souberam ou não responderam.
Num cenário mais amplo, quando a Quaest apresentou aos participantes da pesquisa uma lista com nomes da esquerda e da direita e indagou a chance de o eleitor votar em cada um, 47% disseram que votariam em Lula e 49%, que não. Tarcísio marcou, respectivamente, 28% e 30%.
Haddad
Bolsonaro apareceu numericamente à frente com a maior rejeição, com 54% das pessoas afirmando que não votariam nele, e 39% declarando que sim. Michelle registrou 50% e 33%, respectivamente. O nome do ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), que substituiu Lula na candidatura petista em 2018, também foi testado. Uma parcela de 50% descartou votar nele, e outros 32% disseram que poderiam escolhê-lo.
A maioria dos brasileiros também avalia que, hoje, pouco antes de completar um ano e meio de seu mandato, o presidente não merece mais uma chance como presidente nas eleições de 2026. De acordo com dados da pesquisa, são 55% os que rejeitam um novo mandato para Lula, enquanto 42% acreditam que o petista merece mais quatro anos à frente do Planalto. Os que não souberam ou não responderam são 3%.
— Embora ainda esteja distante, a eleição de 2026 já começa a se desenhar. Lula terá que ganhar a confiança da maioria para merecer mais uma chance. Os nomes da oposição trabalham para ganhar conhecimento — afirmou Felipe Nunes, diretor da Quaest.
Mulheres
Ainda segundo o levantamento, a única região em que a maioria do eleitorado propõe que Lula tenha nova oportunidade em 2026 é o Nordeste, onde 60% apontaram essa opção e 38% rejeitaram a hipótese.
A situação de Lula é mais difícil no Sudeste, onde os que rejeitam uma nova chance ao petista são 63%. Em contrapartida, 33% acreditam que ele merece uma nova chance. No Sul, são 59% os que também rejeitam uma nova eleição de Lula, enquanto 39% apoiam. No conjunto as regiões Centro-Oeste e Norte, são 58% os que defendem que Lula não merece nova chance e 37% os que apontam o contrário.
Apesar de Lula ter resultado melhor entre as mulheres, também entre elas 52% rejeitam um novo mandato ao petista (são 59% entre os homens), e 45% os que apoiam (38% no eleitorado masculino).
Rejeição
Lula tem apoio majoritário na faixa de renda até 2 salários mínimos (54% a 43%) e na faixa de ensino fundamental (54% a 44%). Na outra ponta, porém, tem resultado bem piores na faixa até cinco salários mínimos (66% contrários e 29% favoráveis) e no ensino superior (63% a 32%).
Mesmo entre os eleitores do petista há uma parcela que não quer uma nova chance a Lula. Enquanto 74% dos que votaram no presidente no segundo turno defendem outra oportunidade, 23% rejeitam essa hipótese.
A insatisfação, contudo, é maior entre os eleitores de Bolsonaro. Nesse grupo, 93% acham que Lula não merece nova chance e 6% defendem que merece. Por fim, entre aqueles que votaram em branco, nulo ou não foram votar, 63% rejeitam um novo mandato para Lula e 31% apoiam.
O levantamento da Quaest foi financiado pela corretora de investimentos digital Genial Investimentos, controlada pelo banco Genial. O levantamento realizou 2.045 entrevistas presenciais com brasileiros com 16 anos ou mais em 120 municípios. A margem de erro é de 2,2 pontos percentuais, para mais ou para menos.
Agenda
Ainda nesta segunda-feira, o presidente adiou a viagem que faria ao Chile, em razão da crise no Rio Grande do Sul. O Estado enfrenta a maior tragédia climática de sua história, após ser atingido por chuvas e enchentes desde o fim do mês de abril.
A visita à capital chilena Santiago estava prevista para os dias 17 e 18 de maio. As novas datas ainda não foram confirmadas. De acordo com o Ministério das Relações Exteriores, o adiamento se deve à necessidade de acompanhar a situação e de coordenar o atendimento à população afetada, além das tarefas de reconstrução.