Ao finalizar a votação no Plenário da Câmara, que significou uma derrota sem precedentes no terceiro mandato de Lula, o presidente telefonou para seus ministros mais próximos para uma avaliação emergencial do cenário.
Por Redação, com CNN – de Brasília
Mesmo depois de deixar o espaço aéreo brasileiro, rumo ao Canadá na noite passada para a cúpula do G7, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) acompanhou pelo celular a votação e posterior derrota do governo, por ampla maioria, no pedido de urgência para a derrubada das mudanças no Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).

Ao finalizar a votação no Plenário da Câmara, que significou uma derrota sem precedentes no terceiro mandato de Lula, o presidente telefonou para seus ministros mais próximos para uma avaliação emergencial do cenário desenhado no Parlamento.
Repasses
Presidente da Câmara, o deputado Hugo Motta (Republicanos-PB) atendeu ao ‘Centrão’, colocando em votação o pedido de urgência, mas arrefeceu os ânimos junto ao governo ao retirar da pauta a avaliação quanto ao mérito da proposta que, agora, tem caminho livre para ser aprovada em Plenário, sem precisar passar por comissões temáticas.
Antes da votação Motta reuniu-se, por algumas horas, com os ministros da Casa Civil, Rui Costa, e de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, em um movimento claro para evitar a escalada da crise com a votação do mérito da proposta. O encontro também teria servido para discutir a liberação de emendas parlamentares.
Segundo apurou o canal norte-americano de TV CNN, a promessa do governo era pagar R$ 500 milhões em recursos aos deputados e os primeiros repasses “começaram a cair” na tarde passada.
Flávio Dino
Além do atraso na liberação dos recursos, deputados reclamam do último despacho do ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), que cobrou novas informações sobre a execução de emendas parlamentares destinadas ao Ministério da Saúde. Uma audiência pública sobre o assunto está marcada para o dia 27 de junho.
Apesar da defesa de parlamentares do centro e da oposição em pautar o mérito do projeto que derruba o aumento do IOF, o presidente da Câmara deve segurar a análise do texto, dando mais tempo para o governo discutir internamente alternativas à medida.
Não há expectativa de que a medida provisória enviada por Fernando Haddad seja votada em curto prazo. Na avaliação da cúpula do Congresso, a MP, que tem validade de 120 dias, corrige distorções no decreto do IOF, mas não é suficiente. A intenção dos congressistas é manter a cobrança sobre o governo para medidas de corte de gastos.