O encontro ocorreu em meio ao início das articulações para as eleições de 2026, quando parte significativa do primeiro escalão deve deixar os cargos para concorrer.
Por Redação – de Brasília
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse, nesta quarta-feira, que 2026 será o ano da verdade e que os ministros de seu governo e seus partidos terão que definir de que lado estão. Em discurso na abertura de reunião ministerial em Brasília, Lula reafirmou que buscará a reeleição e os eleitores saberão, com certeza, quem é quem no país.

O encontro ocorreu em meio ao início das articulações para as eleições de 2026, quando parte significativa do primeiro escalão deve deixar os cargos para concorrer. A reunião começou às 9h, na Granja do Torto, em Brasília, com a presença de todos os 38 ministros. O encontro promoveu um balanço dos três anos de governo e buscou alinhar a estratégia política e de comunicação para o próximo período.
Nas estimativas de fontes do governo, 20 dos 38 ministros tendem a deixar a Esplanada até abril, prazo legal de desincompatibilização. Esse número, no entanto, ainda poderá ser alterado, a depender das decisões estratégicas do presidente Lula e dos arranjos políticos nos Estados. Encerrada a parte formal do encontro no início da tarde, com a chamada ‘foto de família’, os presentes iniciaram a confraternização em um almoço.
Evangélicos
Ainda na reunião ministerial, o presidente Lula sinalizou uma nova aproximação com o segmento evangélico, ao anunciar a intenção do governo de transformar a música gospel em patrimônio cultural brasileiro. A declaração foi feita no contexto de um balanço político e econômico do ano, em meio à preparação do governo para o cenário eleitoral de 2026.
Segundo o presidente, o governo conseguiu aprovar pautas consideradas estratégicas mesmo sem uma base parlamentar ampla.
— Tudo aquilo que os analistas políticos achavam impossível acontecer num governo que tinha menos de 120 deputados numa Câmara de 513 e 14 ou 15 senadores num Senado de 81, aconteceu — celebrou.
Diálogo
Para Lula, os resultados foram fruto da articulação política e do diálogo constante com o Congresso. O presidente também ressaltou a aprovação de medidas que classificou como “sagradas”, entre elas a política tributária e mudanças no Imposto de Renda.
— Aconteceu pela persistência de cada um de vocês, pela capacidade de conversa, de argumentação — acrescentou, ao enfatizar a importância do diálogo como método de governo.
Ao mencionar conversas com líderes internacionais, Lula citou a conversa com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para reforçar a defesa da diplomacia.
— Eu falei para o Trump: fica mais barato conversar e menos sofrido do que guerra. Se a gente acreditar no poder do argumento, no poder da palavra, a gente evita muita confusão na vida dos países — observou.
Debate
Apesar do cenário que classificou como amplamente favorável, Lula reconheceu dificuldades na percepção pública dos avanços do governo. Segundo ele, a polarização política tem impacto direto nas pesquisas de opinião.
— Existe uma polarização no país. É como se fosse Corinthians e Palmeiras, Ceará e Fortaleza, Grêmio e Internacional, Atlético Mineiro e Cruzeiro, Flamengo e Vasco — comparou, ao afirmar que mudanças de posição tendem a ocorrer apenas em momentos decisivos, como as eleições.
O presidente afirmou também que 2026 será decisivo para o debate político nacional.
— O ano eleitoral vai ser o ano da verdade. Nós temos que criar a ideia da ‘hora da verdade’, para mostrar quem é quem nesse país — resumiu, ao salientar que o governo precisa difundir melhor as transformações ocorridas em áreas como economia, educação, saúde e políticas de inclusão social.