Na direção dos esforços eleitorais no ano que vem, segundo argumentou o ministro, haverá mais espaço para apresentar o salto positivo que levou a economia, vista como o maior problema do país por 22% dos brasileiros quando Lula foi eleito, para 11% neste mês.
Por Redação – de São Paulo
Depois de algumas pistas, divulgadas em colunas da mídia conservadora, o ministro da Fazenda, economista Fernando Haddad finalmente admitiu, nesta terça-feira, que deixará o governo até o fim de fevereiro. Embora alguns líderes petistas tenham insistido, ao longo das últimas semanas, o ministro se mantém irredutível quanto a não assumir uma candidatura qualquer, em 2026, e se apresenta para coordenar a campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao quarto mandato, na Presidência da República.

Na direção dos esforços eleitorais no ano que vem, segundo argumentou o ministro, haverá mais espaço para apresentar o salto positivo que levou a economia, vista como o maior problema do país por 22% dos brasileiros quando Lula foi eleito, para 11% neste mês. Uma queda de 50% três anos depois, segundo pesquisa do instituto DataFolha.
Conforme apurou a colunista Mônica Bergamo, do diário conservador paulistano Folha de S. Paulo (FSP) “Haddad já conversou com Lula sobre a saída, e o presidente, segundo integrantes do PT, teria aceitado a possibilidade. O ministro já sugeriu até um nome para sucedê-lo: o do secretário-executivo do ministério, Dario Durigan”.
Desempenho
Líderes petistas, no entanto, têm dito nos bastidores que o ministro seria um candidato imbatível tanto ao ao governo do Estado de São Paulo ou a uma cadeira ao Senado. Seu afastamento seria, de acordo com vozes na direção do partido, “um desperdício e até mesmo um problema ele não se candidatar”, uma vez que é um dos nomes mais conhecidos da legenda, com capacidade de puxar votos.
“Uma das prioridades do partido e de Lula é eleger um número grande de senadores em 2026 para tentar barrar a formação de uma maioria de direita no parlamento. Além disso, um bom desempenho em São Paulo é considerado crucial para que o presidente consiga se reeleger em 2026. Neste contexto, a candidatura de Haddad seria fundamental”, apurou Bergamo.
Em outro cenário, caso Haddad prefira não disputar um cargo por seu Estado natal, poderia constar como vice-presidente em uma chapa liderada por Lula em 2026, com o vice atual, Geraldo Alckmin (PSB), concorrendo ao governo paulista e Tebet, ao Senado pelo Estado. Nessa condição, caso Lula se reeleja, Haddad seria visto como seu sucessor natural.
Momento
O ingresso de Haddad na campanha de Lula não poderia ocorrer em um momento mais propício. Hoje, o presidente fica 10 pontos acima do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), em cenários de segundo turno das eleições de 2026 para presidente, segundo pesquisa Genial/Quaest divulgada nesta terça-feira.
Lula aparece com 46% das intenções de voto, enquanto o filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) marca 36%. Em confronto com o chefe do Executivo paulista, Lula venceria com 45% ante 35% de Tarcísio. O estudo é o primeira a ser divulgado após o senador ser anunciado como o candidato à Presidência no lugar do pai, o ex-mandatário neofascista Jair Bolsonaro (PL).
A pesquisa foi realizada entre os dias 11 e 14 de dezembro. Foram 2.004 entrevistas presenciais com brasileiros de 16 anos ou mais. A margem de erro estimada é de 2 pontos percentuais.
Ultradireita
Ainda no cenário político para o ano que vem, o ex-comunista Aldo Rebelo comunicou o seu afastamento do MDB para disputar a Presidência da República pelo nanico Partido da Democracia Cristã (DC), comandado por décadas pelo ultradireitista José Maria Eymael. O ato de lançamento da pré-candidatura está marcado para 31 de janeiro, na capital paulista.
Rebelo, que há alguns anos passou a flertar com a ultradireita, diz que terá uma “candidatura nacionalista”.