Ao comentar o conteúdo do PL, o presidente ressaltou que os responsáveis por ataques à democracia devem responder judicialmente.
Por Redação – de Brasília
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) negou, em entrevista coletiva no Palácio do Planalto nesta quinta-feira, qualquer tipo de acordo do governo com a direita, no Congresso, em torno do Projeto de Lei (PL) da Dosimetria. Em seguida, avisou que vetará a proposta assim que ela chegar para sanção. O texto aprovado reduz penas de condenados pelos atos de 8 de janeiro de 2023 e por crimes ligados à tentativa de ruptura institucional.

Lula foi objetivo ao negar qualquer tipo de negociação envolvendo o Executivo.
— Se houve acordo com o governo eu não fui informado. Então, se o presidente não foi informado, não houve acordo — garantiu.
Penas
Ao comentar o conteúdo do PL, o presidente ressaltou que os responsáveis por ataques à democracia devem responder judicialmente.
— As pessoas que cometeram crime contra a democracia terão que pagar pelos atos cometidos contra esse país — afirmou.
Lula também criticou o momento da votação, destacando que os julgamentos ainda estão em curso.
— Nem terminou o julgamento ainda. Ainda tem gente sendo condenada e o pessoal resolve diminuir as penas — criticou.
Oito de Janeiro
Lula disse ainda que, apesar do respeito institucional ao Legislativo, considera inevitável o veto presidencial.
— Com todo respeito que eu tenho ao Congresso, na hora que chegar na minha mesa eu vetarei. Isso não é segredo para ninguém — adiantou.
O presidente reforçou a gravidade dos acontecimentos de 8 de janeiro de 2023 e rejeitou qualquer tentativa de relativização.
— Precisamos levar muito a sério o que aconteceu no dia 8 de janeiro de 2023. Tem gente que quer que a gente esqueça, mas a gente não pode esquecer — sublinhou.
Economia
Ainda na entrevista aos jornalistas, Lula celebrou o fato de o Brasil encerrar o ano com resultados econômicos muito acima das expectativas iniciais. Ele atribuiu o desempenho ao trabalho de sua equipe e às decisões adotadas ainda antes da posse. O país, comemorou, vive um “resultado milagroso”, marcado pela retomada do crescimento, queda da inflação e ampliação de indicadores sociais.
De bom humor, Lula disse também estar satisfeito com o desfecho do ano e destacou que as previsões negativas apresentadas no início do período não se confirmaram.
— Estou muito feliz nesse final de ano. Minha felicidade vem, primeiro, dos bons resultados construídos pelo time que eu coloquei em campo — ressaltou.
Pênalti
O presidente comparou a atuação do governo a uma equipe preparada para momentos decisivos.
— Pelo resultado, todo mundo foi treinado para bater pênalti, e nós não erramos nenhum pênalti — disse, ao lembrar que as projeções econômicas feitas no começo do ano “foram erradas, não deram certo”.
Nesse contexto, ele ressaltou a construção da PEC da Transição como essencial para viabilizar o primeiro ano de governo.
— Fomos obrigados a participar da construção de uma PEC da Transição para que a gente pudesse governar o primeiro ano, inclusive para pagar a dívida do governo anterior. Foi um milagre, com um Congresso adverso — concluiu.