Na sessão da Comissão e Constituição e Justiça (CCJ), que começou a discutir o texto nesta manhã, Renan afirmou que o líder governista “concordava em deixar votar”, sem dar mais detalhes do encontro.
Por Redação – de Brasília
O senador Renan Calheiros (MDB-AL) confirmou, nesta quarta-feira, que foi procurado pelo líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), em busca de um acordo pela votação do Projeto de Lei (PL) da Dosimetria, que reduz as penas aos condenados pelos ataques do 8 de Janeiro à democracia brasileira.

Na sessão da Comissão e Constituição e Justiça (CCJ), que começou a discutir o texto nesta manhã, Renan afirmou que o líder governista “concordava em deixar votar”, sem dar mais detalhes do encontro. Calheiros disse que foi procurado por Jaques Wagner ainda durante a sessão e ouviu dele que havia um acordo para votar o projeto.
— O Wagner me chamou lá e disse que concordava em deixar votar. Eu disse que não concordo, isso é uma farsa — protestou o senador, em entrevista a jornalistas.
Projetos
Calheiros acrescentou que o argumento apresentado foi a intenção de votar, ainda nesta noite, o projeto que reduz benefícios tributários e eleva a taxação de bets e fintechs.
— Ele disse que tinha saído da reunião ministerial para falar comigo e ia voltar. Ele fez um acordo: deixar votar a dosimetria e votar o projeto da desoneração tributária. Está querendo votar para fechar as contas e negociou com a votação da dosimetria — acrescentou o senador.
Calheiros apontou, ainda, que a manobra reduziu o prazo de vista ao texto em apenas quatro horas, concedido pelo presidente da CCJ, Otto Alencar (PSD-BA). Segundo o senador, a intenção de Alencar seria conceder um período de cinco dias, o que, na prática, inviabilizaria a votação ainda neste ano.
Procurado, o senador Jaques Wagner ainda não se manifestou.