Rio de Janeiro, 26 de Março de 2025

Inelegível e a ponto de ser preso, Bolsonaro investe contra o BRICS

Nem mesmo no governo do presidente de facto Michel Temer, que antecedeu o período da ultradireita no Palácio do Planalto, a participação do Brasil no BRICS jamais fora questionada antes, publicamente por políticos de peso, em governo algum.

Segunda, 10 de Fevereiro de 2025 às 20:49, por: CdB

Nem mesmo no governo do presidente de facto Michel Temer, que antecedeu o período da ultradireita no Palácio do Planalto, a participação do Brasil no BRICS jamais fora questionada antes, publicamente por políticos de peso, em governo algum.

Por Redação – de Brasília

Condenado à inelegibilidade por oito anos e sob o risco de ser preso, uma vez condenado por coordenar o golpe de Estado frustrado no 8 de Janeiro, o ex-mandatário neofascista fez questão de ignorar, mais uma vez, a realidade. Nesta segunda-feira, prometeu retirar o Brasil do BRICS, grupo político-econômico formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, entre outros, se voltasse à Presidência da República. A declaração, no Itamaraty, foi recebida nesta tarde como uma espécie de piada de mau gosto, conforme apurou a reportagem do Correio do Brasil.

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Bolsonaro está implicado em uma rumorosa investigação sobre sua participação na tentativa de golpe

Bolsonaro falou à coluna da jornalista Mônica Bergamo, do diário conservador paulistano Folha de S. Paulo, que se “eu, se for presidente de novo, saio do Brics”, bloco também hoje atacado pelo presidente norte-americano Donald Trump.

 

Consenso

Nem mesmo no governo do presidente de facto Michel Temer, que antecedeu o período da ultradireita no Palácio do Planalto, a participação do Brasil no BRICS jamais fora questionada antes, publicamente por políticos de peso, em governo algum. A ideia de formação do grupo inclusive “nasceu no país”, disse uma autoridade à colunista.

O BRICS foi inaugurado em 2009 e atravessou quatro governos brasileiros sem ser publicamente questionado: os de Lula, os de Dilma Rousseff, o de Michel Temer e o do próprio Bolsonaro. Acreditava-se que havia um consenso sobre a integração ao bloco.

A mesma autoridade afirmou que, em diálogo com militares brasileiros, inclusive na era Bolsonaro, o BRICS sempre foi elogiado, no contexto de que o Brasil deve ter boa relação com os EUA, mas sem alinhamento automático em todos os assuntos.

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