Dino, em entrevista a jornalistas da rede britânica de notícias BBC, recorda que o país já conhece arranjos semelhantes.
Por Redação, com BBC - de São Luís
Governador do Maranhão, o jurista Flávio Dino (PCdoB) acredita ser possível uma aliança entre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o apresentador Luciano Huck (sem partido) nas eleições para a presidência em 2022. Dino assume um caráter conciliador e até oferece ajuda ao seu principal adversário, político e ideológico, no Palácio do Planalto.
— Eu espero e luto para que seja possível em 2022 uma articulação em que, senão no primeiro turno, mas pelo menos no segundo, todos estejam juntos. Eu acredito que o Brasil avançou quando, em outros momentos da vida brasileira, fizemos alianças que envolveram esquerda e setores que não pensam de acordo com o nosso ideário — afirmou o governador.
Dino, em entrevista a jornalistas da rede britânica de notícias BBC, recorda que o país já conhece arranjos semelhantes.
— Já vivemos isso em vários momentos. Ninguém pode imaginar que o vice-presidente José Alencar (dos dois mandatos de Lula, de 2003 a 2010) ou mesmo Juscelino Kubitschek eram socialistas; não eram. E ambos prestaram um grande papel ao país — acrescentou.
Bolsonaro
O governador também comentou sobre as mudanças nas conversações políticas em defesa de uma frente ampla para vencer o conservadorismo. Dino afirmou que “a beligerância que há hoje não necessariamente vai existir amanhã”.
— Eu acredito que é possível sim, quem sabe, em algum momento, senão em primeiro turno, mas em segundo turno juntar todos esses que você mencionou e mais alguns outros, porque se nós não fazemos frente ampla do nosso lado, o outro lado faz e nos derrota de novo — antecipou-se, após avaliar o resultado das eleições de 2018, com a vitória do neofascista Jair Bolsonaro.
Dino, no entanto, usou suas redes sociais nesta terça-feira para informar que solicitou uma audiência justo com Jair Bolsonaro, a quem ofereceu ajuda em temas polêmicos, como a falta de infraestrutura no país.
“Pedi ao presidente da República uma audiência para tratar sobre a péssima situação de estradas federais BRs no Maranhão. Desde o início do ano passado solicitações de obras foram feitas, mas com nenhum resultado. Na audiência, vou oferecer ajuda ao Governo Federal”, concluiu.