O então prefeito de São José de Ribamar, Eudes Sampaio, relatou ter sido alvo de extorsões, sendo pressionado pelo grupo a repassar parte dos recursos provenientes das emendas. O prefeito afirmou que recebeu diversas ameaças de que sofreria consequências caso não cooperasse com o esquema.
Por Redação – de Brasília
Procurador-Geral da República (PGR), o jurista Paulo Gonet apresentou, nesta terça-feira, sua primeira denúncia contra parlamentares por possíveis irregularidades no uso de emendas parlamentares. O caso, inicialmente investigado pela Polícia Federal (PF), denuncia um esquema de corrupção envolvendo três deputados do PL e a destinação de recursos para a Prefeitura de São José de Ribamar, localizada a 30 km da capital maranhense, São Luís.
A denúncia, substanciada com provas após a apuração da PF, revela que o objetivo dos parlamentares era desviar parte dos valores destinados ao município, configurando um crime de corrupção passiva. Segundo a PGR, o esquema previa a devolução de R$ 1,6 milhão, que correspondia a um percentual das emendas parlamentares.
O então prefeito de São José de Ribamar, Eudes Sampaio, relatou ter sido alvo de extorsões, sendo pressionado pelo grupo a repassar parte dos recursos provenientes das emendas. O prefeito afirmou que recebeu diversas ameaças de que sofreria consequências caso não cooperasse com o esquema.
‘Braço armado’
Embora o dinheiro não tenha sido efetivamente transferido aos parlamentares, a PGR considerou que o crime de corrupção passiva foi consumado, uma vez que houve a solicitação da vantagem indevida, cuja pena varia de um a oito anos de prisão.
O deputado Josimar Maranhãozinho, um dos principais alvos da denúncia, foi indiciado em três inquéritos distintos. Os dois outros parlamentares são Bosco Costq (SE) e Pastor Gil (MA). Outras duas investigações estão em curso na PGR, que podem resultar em novas acusações.