Depois desses dois meses, período em que Glauber fará sua defesa, os deputados “poderão soberanamente decidir sobre o processo”, acrescentou o presidente da Câmara. A greve de fome de Glauber Braga durou mais de 200 horas.
Por Redação – de Brasília
Presidente da Câmara, o deputado Hugo Motta (Republicanos-PB) anunciou, nesta quinta-feira, que o deputado Glauber Braga (PSOL-RJ) encerrou a greve de fome, que chegou ao nono dia. Em publicação numa rede social, Motta afirmou que a decisão ocorreu após diálogo com o líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias (RJ), e a deputada Sâmia Bomfim (PSOL-SP), mulher de Glauber. Motta garantiu que a votação do processo de cassação do deputado só acontecerá pelo menos 60 dias após a deliberação da Comissão de Constituição e Justiça.

Depois desses dois meses, período em que Glauber fará sua defesa, os deputados “poderão soberanamente decidir sobre o processo”, acrescentou o presidente da Câmara. A greve de fome de Glauber Braga durou mais de 200 horas. Mais cedo, nesta quinta-feira, o parlamentar recebeu a visita de médicos que o hidrataram com soro e isotônico.
— Estou suspendendo a greve de fome, mas não estamos suspendendo a luta contra o ‘Orçamento secreto’; não estamos suspendendo a luta contra o poder oligárquico; não estamos suspendendo a luta pela responsabilização dos assassinos de Marielle; não estamos suspendendo a luta pela responsabilização dos golpistas de plantão — disse Glauber, em uma coletiva de imprensa no fim desta tarde.
Decisão
A suspensão da greve de fome, segundo o deputado, “vem a partir de uma mensagem que (Hugo Motta) demonstrou, através de toda essa solidariedade, um recuo, uma sinalização importante contra a perseguição que aqui estava operando. Eu não preciso mais falar do que aconteceu ou do que estava acontecendo aqui”.
Em nota, Braga diz que acatou a decisão da plenária popular que organizou com apoiadores. A assembleia reuniu em torno de 30 pessoas e contou com a presença da ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco. De acordo com sua equipe, o deputado perdeu cerca de cinco quilos e agora passará por um protocolo para transição da greve de fome para a alimentação normal.
O processo de cassação, aprovado pela Comissão de Ética da Câmara na quarta-feira, refere-se episódio em que Glauber foi abordado com provocações e ofensas à sua mãe, que estava doente, e retirou à força um militante do Movimento Brasil Livre (MBL), em abril do ano passado.