Domingo, 10 de Novembro de 2019 às 15:42, por: CdB
Evo Morales havia concordado, na manhã deste domingo, em realizar nova eleição presidencial, depois que um relatório condenatório da Organização dos Estados Norte-americanos (OEA) que teria apontado sérias irregularidades em uma votação de 20 de outubro vencida pelo líder esquerdista.
Por Redação, com agências internacionais - de La Paz
Presidente da Bolívia, Evo Morales renunciou ao atual mandato, após ser pressionado pelas Forças Armadas e manifestações organizadas pela extrema-direita, em diversas cidades do país. Horas antes, Evo denunciou que o país era atingido por um golpe de Estado.
— Me dói muito que nos tenham levado ao enfrentamento. Enviei minha renúncia para a Assembleia Legislativa Plurinacional — afirmou o agora ex-presidente, a jornalistas.
Relatório
Evo Morales havia concordado, na manhã deste domingo, em realizar nova eleição presidencial, depois que um relatório condenatório da Organização dos Estados Norte-americanos (OEA) que teria apontado sérias irregularidades em uma votação de 20 de outubro vencida pelo líder esquerdista.
A vitória de Evo, no mês passado, provocou protestos generalizados no país. O relatório da OEA, divulgado mais cedo, informou que a eleição de outubro deveria ser anulada após ter encontrado “manipulações claras” do sistema de votação, o que significava que não era possível verificar o resultado, de uma vantagem de pouco mais de 10 pontos de Morales sobre seu rival Carlos Mesa.
Evo também disse, durante entrevista coletiva em La Paz, que iria substituir o órgão eleitoral do país. O departamento tem sido alvo de fortes críticas após uma interrupção inexplicável da contagem de votos que provocou amplas denúncias de fraude e levou à auditoria da OEA.
Preservar a paz
A declaração ocorreu logo após denunciar a tentativa de golpe de Estado no país, que se consolidou horas depois com um motim de policiais que ocorreu em várias cidades.
O então presidente eleito apelou aos bolivianos para "cuidar pacificamente da democracia e da Constituição Política do Estado para preservar a paz e a vida como bens supremos acima de qualquer interesse político".
— Irmãos e irmãs, a nossa democracia está em risco por causa do golpe de Estado que foi posto em marcha por grupos violentos que põem em risco a ordem constitucional. Denunciamos perante a comunidade internacional este atentado contra o Estado de Direito. A unidade do povo será a garantia para o bem-estar da Pátria e a paz social — sublinhou o presidente boliviano.
Oposição
Por sua vez, o partido do governo Movimento ao Socialismo (MAS) convocou os militantes do partido político para manter uma "posição firme e mobilização permanente”.
O governo da Bolívia desmentiu que tenha ocorrido a mobilização de militares após surgimento de uma série de motins da polícia em vários departamentos na noite de 8 de novembro.
Após a vitória nas eleições presidenciais do atual presidente da Bolívia, Evo Morales, o líder da oposição, Carlos Mesa, não reconheceu os resultados e pediu um 2º turno. Após a recusa da comissão eleitoral, os apoiadores de Mesa saíram às ruas e provocaram manifestações violentas.