Os analistas seguem na contramão de todas as pesquisas de opinião liberadas ao longo dos últimos meses, que apontam para a vitória do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em todos os cenários.
Por Redação, com Bloomberg – de Nova York, NY-EUA
O banco norte-americano Wells Fargo, em relatório divulgado nesta segunda-feira, libera a projeção de uma nova onda de direita, na América Latina, com impactos relevantes sobre as economias da região. Os analistas apostam que as tendências de governos de direita ou centro-direita no Brasil, no Chile e na Colômbia não apenas redefiniriam o cenário político regional mas moldariam a trajetória das moedas locais nos próximos dois anos.

Os analistas seguem na contramão de todas as pesquisas de opinião liberadas ao longo dos últimos meses, que apontam para a vitória do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em todos os cenários. Para o Brasil, o banco atribui uma probabilidade de 55% a um cenário em que Lula seja derrotado, em comparação com uma chance de 45% de continuidade.
Assim, as eleições de 2026 poderão determinar se os bancos centrais locais conseguirão manter seus ciclos de flexibilização monetária ou se terão que revertê-los diante de novas pressões fiscais e cambiais, segundo
Brendan McKenna e Azhin Abdulkarim, estrategistas da Wells Fargo.
Resultados
Os economistas argumentam que “sempre, mas especialmente nos próximos 12 meses, os acontecimentos políticos na América Latina serão fundamentais para os investidores e as empresas com exposição à região“.
No texto, ambos dizem acreditar que a região passa por “sua segunda ‘onda conservadora’, uma expressão que reflete nossa visão de que as plataformas políticas de direita vencerão todas as eleições até o final do próximo ano“. O relatório enfatiza que os resultados das eleições influenciarão diretamente as expectativas do mercado de câmbio e a calibração dos ciclos de política monetária.
Em todos os casos, o Wells Fargo prevê volatilidade antes das eleições e ajustes graduais depois delas, a depender do grau de disciplina fiscal dos novos governos.
Dívida pública
Os analistas acreditam que a inflação alta e a volatilidade local estão inclinando os eleitores para candidatos com ênfase na responsabilidade fiscal e na sustentabilidade da dívida pública.
“Consideramos que a plataforma geral de políticas conservadoras, e não um candidato específico, conduzirá o voto em 2026“, apontam no relatório. Um governo de direita reforçaria a confiança no real brasileiro, com uma “forte flexibilização” após as eleições e uma postura mais confiante do Banco Central.
De acordo com o documento, “a mudança para um governo fiscalmente conservador melhora o sentimento dos investidores em relação ao real brasileiro e o BRL experimenta um forte alívio após as eleições projetadas para 2026“.