A mídia estrangeira tem sido o termômetro mais objetivo para esta constatação. Nos BRICS as declarações agressivas de Bolsonaro contra países do bloco ampliam o isolamento do país.
Por Redação, com agências internacionais - de São Paulo e Paris
Em flagrante contraste entre a euforia que domina as forças da extrema direita, no país, o Brasil passa a figurar como mero coadjuvante no cenário externo. A vitória do candidato neofascista Jair Bolsonaro (PSL), nas últimas eleições, seguida das declarações de subserviência do presidente eleito aos interesses norte-americanos afastam antigos aliados brasileiros no conjunto das nações.
A mídia estrangeira tem sido o termômetro mais objetivo para esta constatação. Nos países que integram os BRICS (grupo que reúne Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), a eleição de Bolsonaro e suas declarações agressivas contra países do bloco, a exemplo da China, ampliam o isolamento do país. No caso dos Brics, o quadro se agrava, pois o Brasil está escalado para assumir a presidência do bloco, no ano que vem.
Presidente das Filipinas, conhecido por seu alinhamento ao nazismo, Rodrigo Duterte é praticamente um pária no cenário internacional. Mesmo ele tem buscado se distanciar do novo representante do Brasil.
— Não há comparação entre Duterte e o presidente eleito do Brasil — disse o porta-voz filipino Salvador Panelo, em recente entrevista.
BRICS
Conforme notou o diário conservador paulistano Folha de S. Paulo, “análises agressivas surgiram em sul-africanos e russos, chamando-o de 'candidato da Manchúria’, um político usado como boneco por outra potência', os EUA, e até de 'cavalo de Troia nos BRICS'. A agência (russa de notícias) Tass ouviu especialistas brasileiros para arriscar que 'Brasil vai reduzir sua participação nos Brics'.
Indianos e chineses, de parte a parte, não parecem saber bem o que esperar. O jornal nacional indiano Hindu, em perfil, listou a sua coleção de ofensas, acrescentando, no final: 'Mas agora ele é governo'.
Na mídia chinesa, o tom é mais ameaçador, embora o diário nacional chinês China Daily, voltado a leitores no Ocidente, ouviu dois especialistas em América Latina, da Academia de Ciências Sociais e da Universidade de Nanquim, para concluir que o 'futuro econômico do Brasil ainda não está claro', sobretudo quanto aos BRICS".