O ministro, no entanto, também criticou o que chamou de “facções evangélicas” ligadas ao conservadorismo, mas diz que a presença do grupo na política não deve ser questionada.
Por Redação – de Brasília
Ex-ministro e futuro candidato a deputado, o advogado José Dirceu (PT) criticou o discurso de militantes do PT diante da entrada de lideranças evangélicas na política. Durante plenária do partido em Brasília, neste fim de semana, Dirceu disse que seria um erro questionar a presença do grupo em ambientes políticos, já que o próprio PT tem origem na igreja católica.

— Nós erramos quando criticamos a presença dos evangélicos na política. Nós nascemos nas igrejas, nas pastorais, e fugíamos para a igreja quando estávamos para ser presos. Era nas igrejas que fazíamos nossos comitês de greve, de arrecadação de alimentos — disse.
Memórias
O ministro, no entanto, também criticou o que chamou de “facções evangélicas” ligadas ao conservadorismo, mas diz que a presença do grupo na política não deve ser questionada.
— Temos projetos antagônicos por conta do conservadorismo, do liberalismo econômico e autoritarismo das facções evangélicas, mas não é pela questão da religião. Não é porque eles não podem (ocupar a política) — acrescentou Dirceu, aplaudido pela audiência.
José Dirceu é cotado para ser candidato à Câmara nas eleições de 2026. Ele tem intensificado sua agenda política ao longo dos últimos meses e pretende lançar o segundo volume de um livro com suas memórias entre maio e junho deste ano. O ex-ministro teve restaurados todos os seus direitos políticos na revisão das sentenças impostas pelo ex-juiz incompetente e parcial Sérgio Moro contra ele, durante o julgamento dos casos da Operação Lava Jato.
Dirceu é, atualmente, um dos principais quadros políticos do PT.