No depoimento à PF, o coronel Abreu permaneceu em silêncio no depoimento ao ser questionado se teria recebido ordem para espionar o magistrado. O registro sobre Gilmar Mendes foi encaminhado via WhatsApp ao general Mário Fernandes, apontado como autor do plano ‘Punhal Verde e Amarelo’.
Por Redação – de Brasília
Nas investigações em curso sobre o golpe de Estado fracassado em 8 de Janeiro, a Polícia Federal (PF) descobriu que o coronel reformado Reginaldo Vieira de Abreu, indiciado na véspera, monitorou e chegou a fotografar o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), no aeroporto de Lisboa, em Portugal, em novembro de 2022. De acordo com o relatório policial, ambos estavam na mesma aeronave, a caminho de Brasília.
No depoimento à PF, o coronel Abreu permaneceu em silêncio no depoimento ao ser questionado se teria recebido ordem para espionar o magistrado. O registro sobre Gilmar Mendes foi encaminhado via WhatsApp ao general Mário Fernandes, apontado como autor do plano ‘Punhal Verde e Amarelo’. Tratou-se de uma operação para prender ou executar o ministro Alexandre de Moraes, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o vice Geraldo Alckmin (PSB).
Depoimento
A informação consta no relatório complementar da investigação sobre o plano de golpe, enviado pela Polícia Federal ao STF. A PF afirma que o coronel prestou “auxílio aos atos operacionais da organização criminosa”.
“Importante contextualizar que a foto foi enviada no mês de novembro de 2022, no período em que os investigados tinham elaborado a primeira versão da minuta de golpe de Estado que previa, dentre outras medidas de exceção, a prisão do ministro Gilmar Mendes, conforme depoimento prestado pelo colaborador Mauro César Cid”, registra a PF.
No âmbito das investigações, a PF indiciou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e outras 36 pessoas. Na tarde anterior; além de Abreu, dois novos nomes foram implicados pela PF, no plano do golpe.