Rio de Janeiro, 22 de Novembro de 2024

Comportamento desejável

Arquivado em:
Segunda, 17 de Junho de 2024 às 09:48, por: CdB

Apesar da derrota na CCJ do Senado, é crucial que os sindicatos adotem uma postura estratégica e resiliente para enfrentar adversidades e fortalecer a mobilização das bases trabalhadoras.

Por João Guilherme Vargas Netto – de São Paulo

Depois da derrota maiúscula que o movimento sindical teve com a aprovação na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado do jabuti do senador Rogério Marinho (que praticamente inviabiliza as contribuições dos trabalhadores aos sindicatos nas negociações coletivas) dois extremos devem ser evitados: o desespero niilista e o relaxamento, ambos paralisantes.

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O senador Rogerio Marinho foi o relator da matéria, que agora segue para a Câmara dos Deputados

Foi uma batalha perdida cujos desdobramentos podem ser ainda piores, mas que exige resposta imediata e inteligente das direções sindicais.

De saída, a constatação da esperteza e persistência do senador que procura criar um verdadeiro bloco antissindical no Congresso, reforçando assim sua posição de líder do bolsonarismo em ambas as casas congressuais.

O trabalho contínuo de conversas com os senadores e deputados demonstrando que o jabuti vai de encontro às posições do STF, da Conalis e do bom senso é urgente.

E, de modo estratégico e fundamental, deve-se incrementar a “subida” às bases, reforçando os laços entre as direções sindicais e os trabalhadores e trabalhadoras, mobilizados e orientados.

Acordos coletivos

Naqueles sindicatos em que os acordos coletivos nas empresas têm garantido as contribuições dos trabalhadores esta prática deve ser reforçada obtendo recursos para os sindicatos e fazendo vivo o lema “a luta faz a lei”.

Ao mesmo tempo, as direções sindicais, discutindo com representantes do empresariado (atualmente em fúria interesseira contra o governo), devem persistir em obter consenso em uma regulamentação possível para garantia de contribuições sindicais legais de todos os trabalhadores em assembleias representativas.

Reconhecer a derrota, avaliar as dificuldades, mas perseverar na luta unitária e inteligente, eis o comportamento desejável das direções sindicais.

 

João Guilherme Vargas Netto, é consultor sindical de diversas entidades de trabalhadores em São Paulo.

As opiniões aqui expostas não representam necessariamente a opinião do Correio do Brasil

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