A decisão da Primeira Turma foi unânime. No mês passado, todos os cinco ministros do colegiado aceitaram a denúncia da PGR contra Bolsonaro e outros sete réus, configurando-os como líderes e mantenedores do golpe.
Por Redação – de Brasília e Natal
O Supremo Tribunal Federal (STF) publicou, nesta sexta-feira, o acórdão que torna o ex-mandatário neofascista Jair Bolsonaro (PL) e sete cúmplices réus por liderar o golpe fracassado no 8 de Janeiro. A decisão oficializa a decisão do Plenário da Primeira Turma no processo em que a Procuradoria-Geral da República (PGR) acusa os envolvidos na tentativa violenta de ruptura da ordem democrática. O processo tende a ser julgado ainda neste ano.

A decisão da Primeira Turma foi unânime. No mês passado, todos os cinco ministros do colegiado aceitaram a denúncia da PGR contra Bolsonaro e outros sete réus, configurando-os como líderes e mantenedores do golpe. A denúncia foi recebida por todos os ministros: o relator Alexandre de Moraes, e os colegas Flávio Dino, Luiz Fux, Cármen Lúcia e Cristiano Zanin.
Além de Bolsonaro, a PGR acusa o tenente-coronel Mauro Cid, os ex-ministros Braga Netto (Defesa e Casa Civil), Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional), Anderson Torres (Justiça) e Paulo Sérgio Nogueira (Defesa). Também estão entre os acusados o ex-comandante da Marinha Almir Garnier e o ex-diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Alexandre Ramagem, atual deputado federal pelo PL-RJ.
Dor de barriga
Logo após tomar conhecimento da decisão do STF, ainda nesta manhã, Bolsonaro precisou ser transportado n helicóptero liberado pela governadora petista Fátima Bezerra, até uma unidade hospitalar em Natal, uma vez que cumpria agenda no interior do Rio Grande do Norte. Passada a prisão de ventre, segundo os médicos, Bolsonaro não tem mais dores, está em condição estável e não há, por hora, qualquer evidência de que precisará passar por nova cirurgia.
A informações foram divulgadas pelo médico Luiz Roberto Fonseca, do Hospital Rio Grande, na capital potiguar. O paciente apresentava um quadro de distensão abdominal e dor, após ter recorrido, às pressas, ao hospital municipal de Santa Cruz, no interior do Estado.
— Por enquanto, não há necessidade de cirurgia. Ele tem uma distensão abdominal, mas não tem sinais clínicos da necessidade de intervenção cirúrgica — disse Fonseca aos repórteres que acompanham a comitiva do extremista.
Transferência
O próximo passo, segundo o médico, será a retomada das funções do intestino assim que o doente vá ao banheiro. A transferência do ex-presidente para São Paulo ou Brasília, segundo Fonseca, seria desnecessária, mas se trata de uma decisão da família a ser tomada após a conclusão dos exames de imagem.
— Clinicamente, ele está tão estável que teria condições de remoção em UTI aérea, acompanhado por médicos e enfermeiros — acrescentou.
O médico do Hospital Rio Grande também disse que Bolsonaro está bem-humorado. Devido à indisposição intestinal do líder neofascista, um andar inteiro do hospital foi reservado para o seu atendimento, “por razões de segurança”.