Ligado à Igreja Universal do reino de Deus, do pastor Edir Macedo, o Republicanos - juntamente com PP e o PL - integrava o chamado ‘Centrão’, bloco de sustentação do do governo Jair Bolsonaro no Congresso, durante a maior parte de seu mandato.
Por Redação - de Brasília
Chamado de ‘Blocão’, recém-formado grupo que integra o MDB, PSD, PSC, Podemos e Republicanos tende a votar, maciçamente, com o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Segundo o líder do grupo, deputado Fábio Macedo (Podemos-MA), cerca de 70% dos parlamentares que integram o bloco são governistas e a meta é elevar este número nos próximos dias.
— Ao menos 70% desse bloco é governista, e eu trabalharei para que seja 100%. É claro que respeitaremos a vontade de cada deputado, e todos temos alinhada a vontade de votar sempre pelo que for melhor para o Brasil. Os líderes de cada partido vão se reunir semanalmente para definir o encaminhamento da semana — disse Macedo à mídia conservadora.
Ainda segundo o parlamentar, “o presidente Lula tem procurado dialogar com todos os partidos, isso é normal”.
— É claro que conversaremos com os deputados do Republicanos que resistem à aproximação. É necessário trazer os partidos para a base. Isto aconteceu com o Podemos, por exemplo, que não apoiou o presidente no ano passado, mas hoje tem a maioria dos seus quadros com ele — acrescentou.
Artur Lira
Ligado à Igreja Universal do reino de Deus, do pastor Edir Macedo, o Republicanos - juntamente com PP e o PL - integrava o chamado ‘Centrão’, bloco de sustentação do do governo Jair Bolsonaro no Congresso, durante a maior parte de seu mandato.
A construção do ‘Blocão’, na realidade, isola o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), uma vez que o seu partido não integra a nova composição política na Casa.
Diante do risco iminente de ser escanteado, Lira tenta recuperar espaço diante das articulações comandadas pelos parlamentares Isnaldo Bulhões (AL), líder do MDB, e Baleia Rossi (SP), presidente do partido.
Bolsonaristas
O racha no ‘Centrão’ impõe desafios a Lira dois meses depois da votação recorde que obteve na recondução à Presidência da Câmara — 464 votos, incluindo todos os partidos que estão agora na nova aliança.
O principal golpe foi a entrada do Republicanos no blocão do MDB e do PSD, que, com o PL, foi um partido próximo de Lira durante o governo Bolsonaro. A entrada do Republicanos nessa aliança, por sinal, teria sido bem-vista pelo presidente Lula da Silva, por causa de uma eventual perda de poder de Lira e pela intenção do governo de atrair o partido para sua base.
No entanto, um acordo com Marcos Pereira — presidente do Republicanos — esbarra, principalmente, na presença e influência de deputados e senadores bolsonaristas, entre eles os senadores Hamilton Mourão (RS) e Damares Alves (DF).