Assessor de Trump agenda visita a Bolsonaro para acertar alinhamento aos EUA
Logo depois da eleição de Bolsonaro, o conselheiro do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, já havia elogiado a vitória do candidato do PSL, afirmando que era um "sinal positivo para o futuro".
Logo depois da eleição de Bolsonaro, o conselheiro do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, já havia elogiado a vitória do candidato do PSL, afirmando que era um "sinal positivo para o futuro".
Por Redação - de Brasília
Conselheiro para Segurança Nacional da Casa Branca, John Bolton anunciou, em sua conta no Twitter, que encontrará com o presidente eleito Jair Bolsonaro no próximo dia 29 de novembro, no Rio de Janeiro.
Bolton, na reunião com Bolsonaro, pressionará para que o Brasil imponha sanções à Venezuela
"Estamos ansiosos para ver o próximo presidente brasileiro Jair Bolsonaro no Rio em 29 de novembro. Nós compartilhamos muitos interesses bilaterais e trabalharemos estreitamente na expansão da liberdade e da prosperidade em todo o hemisfério ocidental", escreveu Bolton.
Logo depois da eleição de Bolsonaro, o conselheiro do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, já havia elogiado a vitória do candidato do PSL, afirmando que era um "sinal positivo para o futuro". Trump, por sua vez, também chegou a declarar ter tido uma "conversa muito boa" com Bolsonaro e prometido cooperações nos setores militar e comercial.
Interesse dos EUA
Outro expoente do governo de ultradireita do presidente Trump, o ex-embaixador americano Thomas Shannon também afirmou, desta vez a jornalistas de um dos diários conservadores paulistanos, que o governo brasileiro 'deve' ser inteligente e abrir o mercado brasileiro para os produtos norte-americanos.
Shannon afirmou que acredita na abertura do mercado brasileiro para os EUA e isso poderá reduzir o apetite pelas tarifas de aço e alumínio dos norte-americanos com relação ao Brasil. Ele foi foi embaixador no Brasil durante quase quatro anos (2010-2013) e ocupava o terceiro mais alto cargo do Departamento de Estado dos EUA até o início deste ano.
A agenda que Shannon apresenta para os dois países permanece a serviço dos interesses dos norte-americanos: proteção a patentes, compras de armas, cerco à Venezuela e afastamento da China.
— As áreas que têm potencial de avanço continuam as mesmas. Uma delas é, obviamente o comércio. Brasil e EUA precisam focar em investimento e acesso a mercado. Transferência de tecnologia e proteção de propriedade intelectual também são prioridades — disse.
Shannon acrescenta que “há espaço para uma cooperação em segurança, envolvendo as Forças Armadas dos dois países. Podemos expandir programas de treinamento, desenvolvimento de tecnologia militar e de armamentos. No campo político, a Venezuela é certamente a questão maior e mais premente, mas é preciso falar sobre a China”.
Made in USA
O ex-embaixador deixa clara a pressão norte-americana para o afastamento do Brasil em relação á China:
— Acredito que o presidente eleito e sua equipe entendem que, ainda que seja importante vender commodities para a China, o tipo de relação econômica que o país tem com os EUA oferece muito mais para o futuro do Brasil — acrescentou.
Ele sinalizou que quer o Brasil inundado por produtos fabricados nos EUA.
— O mercado brasileiro é relativamente fechado — avalia.
Venezuela
Sobre a Venezuela, Shannon deixou claro que a intervenção no país será um tema da visita a Bolsonaro do assessor de segurança nacional dos Estados Unidos, John Bolton.
— A conversa entre Bolsonaro e Bolton será importante. Tanto o Brasil como os EUA querem continuar pressionando o governo venezuelano a permitir a entrada de ajuda humanitária — adiantou.
Bolsonaro venceu Fernando Haddad (PT) por 55,13% a 44,87%, uma diferença de 10,26 pontos percentuais, a quarta maior dos seis segundos turnos disputados no Brasil desde a redemocratização.