De acordo com o blog de Claudio Dantas, a ministra Cármen Lúcia, cujo mandato se encerra oficialmente em 2029, teria mencionado a amigos o desgaste emocional acumulado ao longo de quase duas décadas na Corte.
Por Redação – de Brasília
Uma nova aposentadoria no Supremo Tribunal Federal (STF) movimentou, nesta terça-feira, os bastidores políticos de Brasília. A ministra Cármen Lúcia teria confidenciado a pessoas próximas que estuda a hipótese de deixar o cargo antes do prazo previsto, seguindo o exemplo de Luís Roberto Barroso, que recentemente se despediu do STF em meio a grande comoção. A notícia foi apurada pelo jornalista Claudio Dantas, mas contestada por instrumentos de checagem de notícias falsas do site Boatos.org.

De acordo com o blog de Claudio Dantas, a ministra Cármen Lúcia, cujo mandato se encerra oficialmente em 2029, teria mencionado a amigos o desgaste emocional acumulado ao longo de quase duas décadas na Corte como principal motivo da reflexão.
Fontes ouvidas pelo blog afirmam que, assim como Barroso, a ministra tem buscado práticas espirituais alternativas para lidar com o estresse, incluindo o Reiki, método integrativo que utiliza a imposição das mãos para o equilíbrio entre corpo e mente.
Voto decisivo
Durante o julgamento do primeiro núcleo da trama golpista de 8 de janeiro, Cármen Lúcia foi responsável pelo voto decisivo que consolidou a maioria pela condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro e de ex-integrantes de seu governo.
Após o voto divergente de Luiz Fux, a ministra decidiu apresentar uma versão resumida de sua manifestação, mas reforçou a tese de Alexandre de Moraes, ressaltando o caráter histórico do julgamento:
“Seria quase o encontro do Brasil com seu passado, com seu presente e com seu futuro. Nossa República tem um melancólico histórico de termos poucos republicanos e, por isso, a importância de cuidar do presente processo”, escreveu.
Despedida
Na véspera, o ministro Luís Roberto Barroso assinou o documento que oficializa sua aposentadoria antecipada, com validade a partir do próximo sábado. A decisão pública abre formalmente uma nova vaga na Corte, que será preenchida pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) — sua terceira indicação ao Supremo desde o início do atual mandato, em 2023.
Barroso continuará em atividade até sexta-feira, quando concluirá pendências administrativas e finalizará votos de processos nos quais pediu vista. O ministro poderia permanecer no STF até 2033, quando completará 75 anos, idade limite para aposentadoria compulsória.
Julgamento
No entanto, decidiu antecipar sua saída, afirmando que “a vida é feita de ciclos”. Durante discurso de despedida na quinta-feira passada, Barroso disse que aquela seria “a última sessão plenária da qual participaria”, marcando simbolicamente o encerramento de sua trajetória na Corte.
O ministro ainda avalia participar de um último julgamento antes de se aposentar — o que trata da descriminalização do aborto até a 12ª semana de gestação. Barroso é relator da ação e, conforme apurou a emissora, pretende votar a favor da descriminalização, encerrando sua carreira no Supremo com um tema emblemático.