Rio de Janeiro, 31 de Março de 2025

Cármen Lúcia deposita um voto histórico: ‘Ditadura vive da morte’

A ministra Cármen Lúcia alerta sobre os riscos das rupturas institucionais e a construção progressiva de regimes autoritários em voto histórico no STF.

Quarta, 26 de Março de 2025 às 19:53, por: CdB

A ministra alertou, de forma cristalina, para os perigos das rupturas institucionais e lembrou que regimes autoritários não se instalam de forma repentina, mas sim por meio de construções progressivas e articuladas ao longo do tempo.

14h59 – de Brasília

Na sessão histórica do Supremo Tribunal Federal (STF) desta quarta-feira, que tornou réus os envolvidos no comando do golpe de Estado fracassado no 8 de Janeiro, a ministra Cármen Lúcia depositou um voto incisivo ao analisar a denúncia contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e seus aliados. 

Cármen Lúcia deposita um voto histórico: ‘Ditadura vive da morte’ | Decana da Primeira Turma do STF, a ministra Cármen Lúcia fez uma defesa intransigente da democracia
Decana da Primeira Turma do STF, a ministra Cármen Lúcia fez uma defesa intransigente da democracia

A ministra alertou, de forma cristalina, para os perigos das rupturas institucionais e lembrou que regimes autoritários não se instalam de forma repentina, mas sim por meio de construções progressivas e articuladas ao longo do tempo. Em sua manifestação, ela reafirmou a importância da vigilância permanente para preservar as conquistas democráticas e impedir retrocessos.

— Ditadura mata. Ditadura vive da morte, não apenas da sociedade, da democracia, mas de seres humanos de carne e osso — declarou a ministra, ao apontar para os riscos que um regime de exceção representa para as liberdades individuais e para a própria vida humana.

 

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Golpe

Cármen Lúcia classificou os ataques de 8 de janeiro de 2023 como a culminância de uma engrenagem golpista que vinha sendo montada nos bastidores da política nacional.

— O que é preciso é desenrolar do dia 8 para trás, para chegarmos a esta máquina que tentou desmontar a democracia. Porque isso é fato — acrescentou.

Lúcia citou, ainda, o livro da historiadora Heloisa Starling para reforçar a ideia de que golpes não ocorrem de maneira espontânea, mas se estruturam em etapas e têm desdobramentos duradouros.

— Como diz Heloisa Starling, não se faz um golpe em um dia. E o golpe não acaba em uma semana, nem em um mês — pontuou.

A magistrada reiterou, por fim, sua confiança na Justiça Eleitoral brasileira.

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